Ensaio sobre poemas







Este blogue não é sobre poesia. Quem por aqui vai espreitando sabe isso, desde o início. Na verdade, é mesmo sobre as representações a que estou sujeita dia-a-dia. Os papéis que se vivem na consciência da ilusão dramática.
No outro dia, alguém dizia: "Teatrices" é um lugar imenso de ti... É, sou eu! Nos meus lugares, feitos pensamentos postados.
Ora bem, o propósito de hoje não é mais do que falar de ontem. Neste lugar imenso de mim, gosto mesmo de falar desse assunto, tão banal e lugar-comum, que é ser professora. Ontem, homenageámos a Língua Portuguesa...só porque nos apeteceu (e era, na Escola, dia dedicado ao assunto). Ora, como não tínhamos muito tempo, era afinal uma aula de Estudo Acompanhado, resolvi propor aos meus lindinhos uma actividade que muito gosto. A produção de um texto colectivo.
É muito gratificante ver surgir do nada, palavras, expressões, frases, neste caso, feitas versos. Era um poema colectivo à Língua Portuguesa!
Mas o mais recompensador é vê-los corrigindo, melhorando, pontuando, pensando palavras, enfim.
O que saiu destes minutos de trabalho colectivo, deste momento em que deram as mãos, é o que aqui deixo, sem mudar uma vírgula. Afinal, o poema tem de ser a expressão do momento, a manifestação de um estado de espírito efémero, a explosão de um sentimento contido. Fica a experiência do meu 7º E, feita homenagem colectiva.



A Língua...razão de vida,
perfumada, cristalizada,
doce e poderosa...
Escrita com amor,
feita com paixão,
língua oficial do meu coração!

Cada palavra uma vida,
um arco-íris fascinante,

um enigma infinito,
uma arte alucinante!

É a razão do nosso viver,
É amar a Pátria com emoção,
É algo que não nos deixa morrer,
É o que nasce no nosso coração!

(a foto não roubei... foi-me oferecida. )

2 comentários:

®efeneto disse...

Pressenti o naufrágio
que me deixou só neste deserto:
os seus olhos de mar
já me haviam avisado.

Uma tempestade de palavras
silenciosas como convém
ou ardilosas como lhe convinha,
espalhou o caos no velame
e o barco desgovernou-se
e doeu-me no interior que sou.

****

Uma tempestade de palavras
Para lhe desejar um fim-de-semana
Cheio de sonhos concretizados.
Aproveite e leve uma recordação do
Ø G®¡†ö ðö Þöë†ä
Para colocar junto á nossa amizade.

Deixo um saco de beijos e abraços,
Façam o favor de escolher e de serem felizes.

Agora pode trazer a outra do grito e colocar junto á nossa amizade...

Anónimo disse...

As mãos são expressivas. Como as palavras e o brilho dos olhos. mas mais autenticas, porque não sabem fingir. Menos civilizadas, talvez... não são politicamente correctas.
Detesto a política porque desenvolveu técnicas legais de mentir, roubar, matar, em troca de ideais, também eles forjados e eivados de falsas promessas de justiça social e de jogos de valores aparentes e reais em que nunca podemos confiar.
Confio nas tuas palavras; sei o valor que lhes dás e acredito-te incapaz de as trair. Se "o poeta é um fingidor", é-o certamente porque sente e vive lugares comuns, intensamente. Então é um fingidor sincero, como os actores que acreditam temporalmente ser donos das vidas que encarnam.
Leio-te e porque será que não me surpreende o que escreves? creio que apenas dizes o que já sei que sentes e parece-me sempre ter-te conhecido. Este palco é teu. Obrigada porque o revelaste.
Porque não tive o privilégio de ter uma professora como tu, regozijo-me com a força de tudo o que comunicas. E, não só em palco, também em silêncio.
Beijo grande.
Emilia