Não vou dizer que passei a noite em claro preocupada com a sociedade, cada vez mais violenta; ou com a possibilidade de se iniciar uma guerra "quente" (para não repetir a fria) no Cáucaso; ou ainda desiludida com a prestação olímpica das gentes afonsinas. Não. Tenho preocupações mais válidas: as minhas (e num acto de puro egoísmo, não as partilharei).
Serve este início para explicar porque tive um dia diferente. Levantei-me com vontade de fazer algo que me preenchesse a alma. Que me aquecesse o sangue. Ora bem, diz o povo minhoto que "A água é o sangue da terra". Impregnada de uma vontade de sentir o "sangue" correr, partimos, eu e o meu companheiro de viagem, para uma verdadeira homenagem à Água.
Não foi preciso ir para muito longe. Nesta terra, a água brota a cada canto, jorra do monte, serpenteia pelos caminhos, gargalha por entre os seixos, murmura escondida na sombra dos pinheiros.
Fomos. Primeira paragem, no silêncio contemplativo de um rio. Diria o povo chinês que "O rio entrega todas as suas águas ao oceano e nem por isso está vazio". Verdade. Ia cheio...
Seguimos. A terra é conhecida pela sua dedicação à cultura, à arte.
Também, reconhecida pela sua religiosidade, que eu não entendo. Pelo menos, não nesta forma de apresentar Cristo!
A elegante e tradicional Vila tem um Aqua Museum! Estivemos, claro, reverenciando a dita fonte de vida, o verdadeiro sangue da terra.
O dia ia longo, neste palco de procura. Senti que estava próximo o que almejava, desde manhã. Deixámos a cultural vila, à beira rio erigida e voámos(?!) em direcção à última paragem. Antes de o ver, já se ouvia o seu bramir. Estava bravo, sem dúvida. Revolto pelas preocupações dos dias. O Mar. Fui ver o Mar. Sentir a sua imensidão. A sua força. Deixar que a sua energia, feita espuma branca, me inundasse, por breves momentos que fossem. O Mar... Inspirei o ar salgado. Repus o meu equilíbrio.
O dia revelou-se quase uma demanda. Na peça faltava o protagonista. Surgiu, na sua magnitude, perto do fim do dia. Pude então regressar, com nova alma, com o sangue fervendo de vida. Hoje, vou talvez dormir.
Bons passeios.
4 comentários:
E é dessa mescla de terra e de água, de verdes e de azuis, de espuma e de estrelas que a vida se preenche de nadas. Que são tudo.Ou quase...
beijoca
E hoje onde andas? É o que tem o nosso Minho. Nunca se está no mesmo sítio muito tempo.
Beijo
PJB
Olá!
Vim retribuir a visita simpática ao meu sítio.
Parabéns pelo seu blogue! Bom gosto e cultura.
Voltarei.
Obrigado!
Ola!
Passando de blog em blog entrei no seu.
Amei as fotos, parabens.
Desejo que voce esteja dormindo ao menos melhor:) sei bem o que eh ter insónias....
Beijos e bom fim de semana
Whispers
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