Quando o pano se fecha...

(alegoria=representação de uma ideia abstracta)

Quando entrei, a peça já se iniciara. Sentei-me na última fila, refugiada na obscuridade de uma plateia, que se sentia ainda perdida no labirinto das palavras.
O texto era um monólogo. O actor difícil de adjectivar, talvez na casa dos quarenta. A versatilidade da personagem fomentava expectativas. A fluidez do discurso, a simplicidade das imagens, a honestidade da partilha, iam provocando as mais diversas reacções no público, mantido no anonimato feito propósito!
Umas vezes sorriam, outras aplaudiam entusiasticamente, outras ainda não sorriam, não aplaudiam, reflectiam apenas...eu inclusa.
À medida que a peça decorria, a personagem reinventava-se, qual fénix renascida, transfigurava-se, também pela interacção pontual com um ou outro elemento do público. (modernices destas peças actuais)
As palavras, essas eram o mais denotativas possível, mas sensatamente mascaradas de metáforas.
O final era previsível, aliás quase que anunciado no começo da peça.
De qualquer forma, quando o pano caiu, a minha tristeza foi sincera. Nem pude ir ao camarim conhecer o actor.
Só queria dizer: obrigada.

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