Neste incomparável palco da existência, vamos calmamente representando os nossos papéis. São vários os que nos dão...são tantos os que criamos. A peça vai decorrendo e as personagens, pensadas em jeito de modeladas, não são mais do que personagens-tipo!
Hoje, apetece-me falar de actores. Esses que, sem saber, compuseram o meu papel. Tive a sorte, ou quem sabe, o destino, de ter sido aluna de grandes poetas. Assisti a aulas do grande David Mourão Ferreira, fui aluna contestatária de Joaquim Manuel Magalhães, bebi todas as palavras do inexplicável Mário Dionísio. Todos grandes actores. Mestres, enfim, da palavra.
Contudo, o mais marcante nem foi meu professor. Foi convidado, um dia, para dar uma aula no grande Anfiteatro da FL da UL.
António Lobo Antunes...fico sem palavras para descrever essa emoção vivenciada pela partilha de um espaço, de gostos, de palavras.
Ora, há pouco, estava calmamente a pôr a leitura em dia, quando cheguei a mais uma crónica do actor referido. Registo duas frases: "Sou isto, assim desde o início, serei certamente isto até ao fim." e "Que lugar-comum sou."
Neste palco, então, quero ser a junção das duas. Que a minha vida permita que eu seja ISTO até ao fim...que no observar consciente de mim, tenha a humildade de me considerar um lugar-comum.
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