Ensaio costumeiro...


     Um novo ano, ou outro ano, ou mais um dia a cumprir, seja o que for é sempre um bom tema de escrita.

    Há quem faça promessas de mudança, existe também quem goste de recordar os momentos mais marcantes do ano que termina. Particularmente, não sirvo de exemplo aos apologistas dos fogos de artifícios que consomem os céus. Não gosto da época, nem sei bem porquê, ainda para mais porque me dá vontade de verter as minhas salgadas e quentes lágrimas. Aprecio aquela última noite, naquele último minuto, engasgado com as passas, doze, de desejos sempre repetidos e nunca realizados, em que choro só porque me apetece. É esse o meu principal desejo, limpar os sacos das agruras dos dias, das alegrias repartidas, das tristezas renovadas. Sentir o raiar líquido do sentimento.

    Cansa-me recomeçar todos os anos. Prefiro a continuidade de mim.

 

1 comentário:

Jaime Portela disse...

Os Natais e Anos Novos tinham o seu encanto em criança. Com o tempo, o seu significado vai evoluindo até ficar praticamente vazio de sentido.
Boa semana e bom ano, minha querida amiga Graça.
Beijos.