Era uma vez...

(pintura de Teresa Ribeiro - Era uma vez - 2007)


Para quem me lê, para quem me conhece, sabe que não gosto de dias convencionados. Dias rotulados pela lembrança daqueles que consideram que os outros não têm memória. Hoje diz-se Dia Mundial da Música e não me ocorre fazer nenhuma homenagem tipificada, pela simples razão que a música faz parte da minha existência diária. São pensamentos feitos partituras, sentires melódicos, palavras em clave de Sol, vozes que vibram como cordas de harpas...

Da música, tenho memórias, tenho gostos, tenho canções para os vários papéis que represento. Não necessito da lembrança mundial do dia.

Neste preciso momento em que escrevo, os acordes levam-me para outras artes, para outras composições, para outras histórias.

Era uma vez um gosto inexplicável por realidades pintadas... narrador que salta da paleta e se derrama em telas brancas... personagens que surgem da confusão das cores... num tempo sem fim, num espaço imaginado. Histórias de acção estática que ganham vida com um simples olhar. O meu olhar.

Quando olho um quadro, leio-o em palavras, sinto as figuras de estilo em luta por um lugar no papel, reconheço a força de estrofes coloridas... sai um poema.

Quando observo um quadro de alguém que, por acaso, é minha amiga, experimento a sensação de que preciso escrever.

Era uma vez um poema, no fim de uma exposição... sem medo do lobo mau!

4 comentários:

Anónimo disse...

A música, um poema, um quadro, uma amiga, uma exposição, umas palavras... Sonoridades de de ti!

Bjos

C.R. disse...

Muito do que nos rodeia é intenso suporte enraizado, nas minhas noites de trabalho, passo por vezes por fases inoportunas que se alongam por um “nada”. Durante o dia, as cores mudam, e as reflexões variam. Permanece a impressão. Resto de semana Serena. Beijo.

isabel mendes ferreira disse...

era. era uma vez o sentimento feito sentido.


:)


Obrigada.


pelo sem medo dos lobos....e pela leitura.____________reconhecida.

Vivian disse...

...penso que a arte, seja ela em que dimensão se dê, são linguagens da alma, e portanto só com outra alma na mesma sintonia se dá o enlace de encantamento vibrando no mesmo 'diapasão'.

aí a 'melodia' ecoa
sem data marcada...

um bj