Neste meu espaço, dedicado à representação dos actos da vida, Portugal ressuma a Teatro decadente. Uma espécie de Parque Mayer abandonado.
Adoro o meu País. O espaço físico. O cenário, se quiserem. Esse verde refrescante a norte; as planícies douradas a sul. As serras, a orla marítima. O céu português. O mar português.
No entanto, consciencializo-me, cada vez mais, de que o histórico Teatro perdeu o fulgor das grandes estreias. Fechou as portas. Está, provavelmente, para demolição.
País pequeno, até nos objectivos, nos ideais, já para não falar nas concretizações. Os actores, de quinta categoria, recusam o papel... o Encenador, assumidamente ditador, vive num outro mundo. Longe da realidade do palco. O Contra-regra falha as entradas. O Guarda-roupa não disfarça os 'reveses' do dia-a-dia. O Ponto não se faz ouvir...
Vem isto a propósito de um País que, sem grandes aspirações, se revê num conjunto de homens, que, sem pejo perante a miséria, abrem as portas das suas fortunas. Mostrando, numa simplicidade que assusta, as suas pobres casinhas. Homens que são idolatrados porque jogam à bola!!
Adoro futebol. Nada se compara a, numa tarde de domingo, vivenciar o colorido de um Estádio da Luz, e, na irmandade dos sessenta mil, cantar a uma só voz 'Glorioso'. Mas não perdi a consciência. O meu Portugal não pode ser futebol. O meu País era o herdeiro de um quinto Império a haver. O meu país já teve ideais, cultura, história...vida.
O meu Mestre avisou..."Senhor, falta cumprir-se Portugal". O que esperamos para o cumprir?
No dia que é hoje, Portugal é um Teatro falido, onde as luzes do palco há muito se apagaram.
No dia que é hoje, vou ali...talvez volte!
(foto de Luís AT)
2 comentários:
Ainda bem! Daria em maluca se não tivesse a hipótese de dar uns pontapés na bola. E às vezes apetece-me tanto dar pontapés...
Talvez voltes??? ai, ai, ai.
PJB
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