(foto de Tinta)
O tempo... o tempo que nunca pára... nunca se cansa... nunca se gasta. Insistentemente, sem grande alarido, aí está ele, segundo após segundo, lembrando a razão da existência: deixar o tempo passar!
Dezembro está quase no fim. O momento ideal para arrumar a vida e partir rumo a um novo ano. Nestas alturas, considero sempre curioso o facto de se fazerem retrospectivas, autênticas analepses diria, do que se viveu... e rapidamente antecipar desejos de mudanças, prolepses de uma outra vida que não a vivida. Não gosto de olhar o passado nem de perspectivar o futuro. Vivo o presente como o único tempo que vale a pena.
No entanto, e porque o meu pensar também é adversativo, sinto essa passagem de tempo como uma constante partida para um novo dia.
Rumo sempre em direcção àquilo que houver... uma ilha... um porto... uma sombra... uma estrela... uma onda gigantesca... não importa! Será o meu novo dia. O meu novo ano.
Ao leme desta minha embarcação, com azimute pelo destino traçado, vogarei somente... sem pedidos ritmados pelas doze badaladas... nem desejos embebidos em champanhe... Será mais um dia! Mais um ano!
Páro agora o ensaio... de mais uma representação do que sou... ou não sou!
De volta à realidade: que o novo ano permita que o meu coração seja maior do que eu... que as minhas palavras não se sintam agrilhoadas... que os meus sentimentos não embatam em muros frios... que eu seja simplesmente eu!
E que o vosso ano seja tudo o que desejarem!