O Poeta, nos seus momentos dedicados à criação, resolveu ser outros. Outros que não ele. Deu-lhes vida, dia e local de nascimento, estudos, cidade em que habitavam, amigos, profissão. É curioso, mas não lhes deu pais! O Poeta foi o seu criador, o pai, a mãe, os avós...
Vêm estas palavras ocas a propósito deste momento que vivo de intensas saudades. Saudades de mim e dos outros, os que, sendo parte de mim, já não estão. Tento perpetuá-los em imagens de memórias que guardo neste mistério que é o cérebro. Não chega.
Hoje, a saudade mitigou-se nas fotografias de todos. Sorrisos, tantos, sinceros, os deles, entre o meu por entre lágrimas.
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