[Helena Nabais]
Lembrar-te-ás do meu nome, quando as últimas neves narcisistas derreterem na velhice da serra? Quando os arroios cristalinos e irreverentes se transformarem em rios sedentos de margens seguras? Quando observares o voo rasgado da águia, cansada de tanta sabedoria, no acumular das presas? Lembrar-te-ás do meu nome, quando o sol, num ocaso premeditado, te apagar da memória as asas de um sonho solitário?
Saberás ainda o caminho que te tracei, num cântico suave e doce, sussurrado pela brisa matinal? Conseguirás vislumbrar, no escuro firmamento, a Cassiopeia de desejos boreais que desenhei para ti? Compreenderás que eu não sombreio paredes frias de promessas vãs e anseio danças de verdade, na caruma dos pinhais?
Lembrar-te-ás do meu nome, quando as palavras se despirem de todas as tentativas falhadas? E todos os poemas gritarem o tédio?
Quando as flores obstinadas da Primavera cobrirem toda a montanha, saberás que em cada uma deixei, esquecidas, todas as lembranças de ti.
78 comentários:
Olá Graça,
Esquecer!...Não é possível esquecer, mesmo quando procuramos esquecer, mais nos lembramos!...
Beijos,
Manuela
Esperemos que sim...
Desabroche tudo novamente nas pétalas aveludadas das flores...
Sei como pode ser doloroso - não se lembrarem do nosso nome....
Uma maravilha de texto, Graça
Beijos e abraços
Marta
Pode ser que o vento rasgue velas, que o tempo espalhe penumbras e confusões. Pode ser que o nome do poeta envelheça, morra... Pode ser!
Mas nunca o caminho traçado pelo poema "num cântico suave e doce, sussurrado pela brisa matinal?"
A matriz da tua escrita é construída com traços de claridade.
Um beijo
As palavras, por mais sugestivas que sejam, carecem de acção, de se metamorfosearem em dias claros...
Muito belo, Graça!
Beijo :)
olá querida Graça
é um prazer ler-te e reler-te
obrigado pelo teu carinho. sempre linda sempre estás aí..com o teu perfume e teu doce sorriso..
beijos com todo meu carinho!!
Minha querida, esquecer totalmente é impossível...
Mas gostei sinceramente do texto.
Um grande abraço, linda.
Lembrar-me-ei do teu nome, sempre... pelo simples facto de que nunca o esqueci! Tão pouco esqueci os caminhos, apesar do esquecimento ter as formas labirinticas de uma nebulosa.
Não vou esquecer de colher na montanha uma flor de primavera!...:)*
Um beijo meu!
AL
Um beijo meu!
AL
Que surpresa agradável, um dos meus palcos preferidos reabriu por aqui... inesquecíveis são as "flores obstinadas" - como para mim é brilhante mais este ensaio no inicio da Primavera.
Beijinho Graça!
As memórias esquecidas são aquelas que nunca nos abandonam, que nos consomem as horas dos dias, os dias dos meses e os meses dos anos... mas haverão sempre flores que guardam o nome de alguém nas suas pétalas...
Tornam-se inesqueciveis aqueles que tilham os mais retos caminhos, que plantam os mais belos jardins,,,e que amam na intensidade infinita do amor,,,serão sempre lembrados...grande beijo de bom final de semana pra ti querida amiga...
Tão encantador este teu espaço, Graça! Aqui, vivo um sonho dormente em cada acorde desta música, absorvo poesia em cada palavra que bebo num saciar sem fim…
“…
Quando as flores obstinadas da Primavera cobrirem toda a montanha, saberás que em cada uma deixei, esquecidas, todas as lembranças de ti.”
Também já andei por esta montanha, por entre mato agreste, silvas e tojos, lá deixei, esfarrapados, bocados do corpo, o resto da alma, o ocaso da poesia de mim…
----------
Tudo em mim é bruto, selvagem,
Semente da serra, vento, paisagem,
Origem da terra onde nasci.
Sonhei na minha serra o teu ser,
Pintei no teu corpo o meu viver,
Desvario, em louca ilusão por ti.
(Tudo na vida tem tempo e modo.
No tempo sonhei o modo da vida,
No modo perdi o tempo de amar.)
Na amargura de um desgosto,
Sinto beijos de chuva no rosto,
No orvalho das saudades de ti.
Bruma a serra este cacimbo,
No náufrago rumo de um nimbo,
Mar de lágrimas, onde te perdi.
Carlos Manuel Fernandes Gonçalves (‘Adeus [… ilusão]!)
A ti, Graça… mestra da minha poesia!
Um beijo.
Manuela, há quem tenha essa capacidade de esquecer. Não é o meu caso :).
Obrigada, pela visita.
Beijo e bom fim de semana.
Obrigada, Marta. Cíclica, a vida, que se renova no chegar da Primavera. Com ou sem lembranças :).
Beijo de bom fim de semana.
Poesia sempre perene, querida Lídia, como a tua.
As tuas palavras sabem-me sempre tão bem!
Beijinho.
Obrigada, AC, gosto de te ver por aqui.
Beijo.
Querido Trovador,
Um beijo de imenso carinho para ti.
Concordo contigo, São, o todo é impossível.
Beijo de carinho.
Sei que sim, Albino.
Dois beijos, para ti.
Cristina, tive saudades do meu 'palco' :)... e do meu 'público' também.
Beijo e bom fim de semana.
Que bem o disseste, Alexandre. Saudades de ti.
Beijo meu.
Querido Everson, as tuas palavras podiam ter sido as minhas!
Beijo imenso de carinho e bom fim de semana.
Querido Carlos, gosto que gostes do meu 'palco'. Reli o teu poema, com todo o agrado e lamento que tenhas deixado de escrever.
Beijo de carinho e bom fim de semana.
Querida Amiga Graça
que bom ver-te no meu espaço.
Fico muito feliz.
Um beijinho grande e goza a Primavera
olá graça, a gente revê-se por aqui a cada instante, nas memórias de um dia passado permanece a importancia do que virá, assim eu o fiz na ruletancia da mente... cheguei com um leve perfume de palavras a um novo espaço que no seguimento do blogue "CARIMBO" apresento "ESCRITAonline" onde tu e os nossos amigos poderão intervir escolhendo as palavras de uma nova missiva de intelecto.
participa...
participem...
beijo on-line
Lili, também gosto muito de te ver por aqui.
Beijo de carinho.
Querido Jorge, saudades, tantas! Podias ter deixado o link... vou tentar encontrar.
Beijo imenso de carinho.
cá vai o linc...
escrevendoonline.blogspot.com/
.
.
. lembrar.te.ás do meu nome . a.penas e só . quando a palavra for transversal ao dizer do coração .
.
. em estado puro .
.
. e/ou . em linha recta .
.
. o teu beijo terno de hoje . de todos os dias . de sempre .
.
.
Olá Graça
Um bom fim de semana
e um beijinho
Nessa inconstância de ser assim
nessa busca incoerente de mim
às vezes esqueço até de comer
às vezes esqueço até de beber
às vezes esqueço até da arte
mas nunca me esqueço de você.
Disparate, despautério, este pensar
que depois eu de te esqueceria
se tu fostes o encanto e a magia
se fizestes parte do mistério
de todo meu querer,do meu tentar.
Por certo haverá de bater saudade;
e, que seja por apenas um segundo,
lá no fundo eu sei: valeu a pena!
(profex)
Graça menina, passando para desejar um bom domingo. Grande abraço!
Paulo, querido amigo, de ti lembrar-me-ei sempre.
O teu beijo de todos os dias, com o carinho de sempre.
[adorei aquela missiva de terras do oriente... depois volto :)]
Beijinho, Sideny... e boa semana :)
Obrigada, Expedito. Também acho que, apesar de tudo, valeu a pena :).
Beijinho do lado de cá.
Querida Graça,
Lembrar-me-ei sempre da tua bela poesia, do teu palco.
Obrigada Graça
Um beijo
Boa semana
Olá!
Que bélo espaço e contiúdos escreves para nós, gostei muito, vou-te seguir!
Vai até aos meus blogues, principalmente no novo! Deixa lá o teu comentário.
http.transpondo-barreiras.blogspot.com
Um abração.
Obrigada, eu, Carmo, pelo carinho.
Beijinho e boa semana.
Bem-vindo, José.
Boa semana.
Olá Graça, estava a ver que não conseguia comentar. É a terceira vez que o faço. Acho que o problema é outra vez do meu computador. Como posso esquecer-me de ti? Impossível minha amiga pois adoro ler-te. Lindo ensaio de caminhos traçados, em cânticos suaves a sussurrar numa brisa matinal. Lembrar-te-ei sempre mesmo que não haja Primavera, nem flores, mas existirão sempre lembranças no nosso sentir. Adoro a tua forma de escrever. Beijos com carinho
graça
saudades e...vim...
COM UM BEIJINHO
DESERTO
Vou caminhando pelo deserto
Ando e ando e é só areia...
Areia, areia e nada mais...
Estou cansada...
Os meu lábios estão secos...
Muito secos...
E eu no meio do deserto...
Só te queria ter...
Para beijares os meus lábios...
E me tirar a sede...
E espero-te para acalmar...
A minha ânsia....
A minha sede...
E o meu desejo...
Desejo louco de te ter...
De te poder tocar...
E finalmente ser feliz...
LILI LARANJO
Agora por lembranças...
lembrei-me agora...
penso publicar uma peça de teatro,
este ano!...
Bjjsss
Querida Rosa, já tinha saudades das tuas palavras de carinho :). Gosto tanto de ver-te por cá. Há pessoas que nunca esqueceremos, não.
Beijo no teu coração.
Lili, minha amiga, por vezes o caminhar parece mesmo um deserto. Obrigada pela partilha do poema.
Beijo meu.
Espero saber disso, Vieira Calado... quem sabe não a venha a encenar um dia.
Beijinho de boa noite.
(Uma coisa, Graça, embora as paisagens geográficas descritas não façam parte da minha vida, mesmo estando um dia nelas, elas nunca mais sairão de mim, assim como esse poema, entrou-me coração, alma e útero adentro, está instalado nas minhas vísceras, diluídos em minhas veias, amalgamou-se em/a mim. De im possível esquecimento... Beijinho!)
Querida Graça,
Mesmo quando chego tarde, chego sempre, tu sabes...
Adorei ler este teu ensaio e acho que sim, que é possível esqueceres tudo o que quiseres nas flores da Primavera e desabrochares com elas para todos os caminhos novos que se abrem. A memória é um repositório de acontecimentos que podem ficar sempre registados, o que não quer dizer que todos fiquem "vivos".
Deixo-te um beijinho, no desabrochar da Primavera.
Branca
Bela poesia...Espectacular....
Cumprimentos
Gostaria de ter sido eu a escrever o que acabei de ler. Identifico-me com cada uma das palavras que compõem frases tão profundas.
E, minha amiga:
"Quando as flores obstinadas da Primavera cobrirem toda a montanha, saberás que em cada uma deixei, esquecidas, todas as lembranças de ti."
assim será.
Abraço grande,
J.
Graça
após ler o teu ensaio lembrei de um poema da Maria do Rosário Pedreira que se me permite aqui o deixo na integra:
Diz-me o teu nome - agora, que perdi
quase tudo, um nome pode ser o princípio
de alguma coisa. Escreve-o na minha mão
com os teus dedos - como as poeiras se
escrevem, irrequietas, nos caminhos e os
lobos mancham o lençol da neve com os
sinais da sua fome. Sopra-mo no ouvido,
como a levares as palavras de um livro para
dentro de outro - assim conquista o vento
o tímpano das grutas e entra o bafo do verão
na casa fria. E, antes de partires, pousa-o
nos meus lábios devagar: é um poema
açucarado que se derrete na boca e arde
como a primeira menta da infância.
Ninguém esquece um corpo que teve
nos braços um segundo - um nome sim
deixo-te um
beij
Obrigada, CB, pelas palavras sobre os meus escritos. Gosto que gostes :).
Beijinho
Minha querida Branca, tu nunca tardas, estás, sempre! Concordo em tudo com as tuas palavras...
Beijo de carinho.
Obrigada, Fernando, por lhe chamares poesia :).
Beijo de boa noite.
Não sei se será, J., nem sei se quero... mero exercício de escrita. Mas fico feliz por essa identificação. Também gosto muito do que leio por lá.
Beijo.
Conheço o poema e gosto muito da MRP. Obrigada, Piedade, pela partilha.
Beijinho.
Lindo texto, Graça!
E a pergunta que fica: Com tão maravilhosas palavras, como eu poderia esquecê-la?
Beijos!
Vim deixar-te um beijo. Porque sim!
AL
Minha querida
Lindo o que escreveste...poesia pura...esquecer? As recordações ficarão sempre conosco, umas em pétala outras em espinho...mas eternamente nossas.
Deixo um beijinho carinhoso e gostei de voltar aqui e que voltasses.
Sonhadora
Gracinha,
este seu texto, que já li "n" vezes, deixa-me sem saber que dizer. É de uma providencial intuição e sabedoria, como se a "deslembrar" nos seja sempre impossível o esquecimento, ainda que digamos o inverso.
Belíssimo, Gracinha.
Beijo com carinho
Mel
Meu amigo Pensador... que assim seja e vice-versa :).
Beijo de carinho.
E há razão melhor, Albino?
Beijo, também.
'umas em pétala, outras em espinhos'... é isso, sim, Sonhadora!
Beijo de carinho e bom fim de semana.
Ainda que...
Querida Mel, gosto tanto de a ter por aqui.
Beijo imenso de carinho e bom fim de semana.
.
.
. estou certo que sim . porque a inevitabilidade é também um compasso da memória .
.
. e eu ? .
.
. eu lembro.me sempre de ti . :) .
.
. esta é a verdade .
.
.
. um bom fim.de.semana . querida graça .
.
. o teu beijo de hoje . o de sempre . o de todos os dias .
.
.
As perguntas são inquietantes.
O parágrafo final, arruma a questão.
O texto, muito poético, é excelente. Gostei.
Querida Graça, bom fim de semana.
Beijos.
Paulinho, já há uns anos que estamos presentes... na lembrança,também. Esta é a verdade :).
O teu beijo de todas as noites.
Meu querido Poeta, gosto tanto que gostes do que escrevo.
Beijo... o de todos os dias.
Acredito que a intemporalidade do sentir, assenta na verdade e na intensidade das suas raízes. Assim... recordarás sempre.
Adorei o texto e também te adoro.
Beijo sentido.
Emília (será que perdeu o assento?)
Minha querida Emília, como me conheces bem... recordarei sempre, sim, porque as raízes eram assim _____________ !
Saudades sempre tantas.
Beijo no teu coração.
[o acento fica :)]
..as flores já cobrem as montanhas. numa lembrança de ti , vim ler-te amiga e, deixar-te um beijinho!
Ana
Beijo de carinho e saudade, querida Ana.
Já cobrem, sim... :)
Quando as flores obstinadas da Primavera cobrirem toda a montanha, saberás que em cada uma deixei, esquecidas, todas as lembranças de ti.
Que mais se pode dizer, perante tanta beleza primaveril?!
beijito de bom fim de semana Graça linda! ;)
Beijito, Dina, adoro ver-te também aqui :).
"...Compreenderás que eu não sombreio paredes frias de promessas vãs e anseio danças de verdade, na caruma dos pinhais?..."
este é um dos textos mais PODEROSOS do teu palco
estimada amiga!
desci o texto como se cada frase fosse um degrau e tornei a repetir... repetir... a leitura!
um beijo no plural!
Meu querido Eduardo, gosto das tuas palavras e de te saber pelo meu 'palco' :)
Beijo
Olá Graça,
Venho fazer uma visitinha e ver se as neves já derreteram com a Primavera da vida, :))
Já estou a ver as flores a cobrirem as montanhas.
Beijos
Branca
Um belo, poema,
minha amiga!
Bjjjsss
Querida Branca... ainda à espera do descanso dos dias claros :).
Beijinho de saudade.
Querido Poeta, obrigada.
Beijo e boa noite.
Minha querida
Hoje passando para desejar uma Páscoa Feliz, cheia de amor e paz, junto de quem amas.
Beijinhos com carinho
Sonhadora
Enviar um comentário