O dia surgiu sem rasto de tristeza. No entanto, a chuva caía miudinha, irreverente na indecisão de molhar ou não molhar, de se fazer ouvir, ou nem por isso. E o céu, provavelmente cansado de um reinado de luz e calor dos últimos dias, fechara as portas cinzentas ao rei Sol.
Cenário mais-que-perfeito, em modo indicativo, para abrir o pano nesse palco de imensidão verde. A peça não teria metáforas gastas, nem hipérboles em forma de intervalo. Não se procurariam antíteses no dizer, nem sentires perifrásticos. Seria o real. Sem figuras poéticas.
Iniciámos a caminhada. Os brados do arroio, com pretensão a regato, rasgavam, alegremente, a descida íngreme do monte. No meio do matagal, começaram a surgir as primeiras construções de pedra. Chegáramos. Nem velas, nem pás, nem vento, nem Quixote... Moinhos de água. Apenas.
26 comentários:
Todos os dias, estações do ano e estado do tempo têm a sua contrapartida. Esta foi maravilhosamente aproveitada.
Um beijinho,
Maria Emília
Querida Graca!
Que lindas fotos,me deu vontade de voar e ir para ai,me perder para me achar.
Aproveita,minha linda, a vida so se vive uma vez e cada dia e um palco para se subir.
Beijinhos mil com carinho
Rachel
Que maravilha de post, Graça! As fotos são belíssimas! Aliás, vc me disse que ia mandar-me umas fotos... Você escreve muito bem.
Querida, hj, dia 25, o EU E DAÍ? completa 1 mês e 1000 visitas. Vá buscar o selo, faço questão que o tenha.
Beijos,
Rê
Neste breve ensaio, sem pretensões de maior, a maioridade da escrita a desenhar paisagens dentro dos nossos olhos e das nossas emoções.
A poesia em ti é incontornável...
Lindo! Lindo!
Um beijo
Querida Graça,
Devoras o majestoso cenário, passo a passo, como quem abre a boca, como quem colhe todos os frutos de um pomar!
Os velhos moinhos de água, parecem anmar-se com as primeiras e hesitantes lágrimas de chuva apesar da ausência das velas, das pás, do vento!
Talvez Quixote ainda aguarde um aceno da bela Dulcineia...
Doces beijos...
Magnífico.
Mas não sei porquê, apetece-me deixar-te com uma frase muito curta de João Ricardo Lopes (jrl) que creio ser mais ou menos assim «O inferno descende das rosas».
Logo, tudo tem que ser majestoso. Ou não.
Beijinhos.
Querida Gracinha
Chegar aqui (menos vezes do que desejava, mas a idade...) e encontrar esta preciosidade é magnífico.
Ideia excelente; texto lindo; fotos - um espantoooo!!! E dizes que é um breve ensaio... Mentirosa...
Quero aqui vir mais vezes - se os dedos trôpegos conseguirem navegar nas teclas. Porque tu, querida Amiga, merece-lo bem.
Obrigado por estes momentos de felicidade
Qjs
Se Eu Pudesse Trincar a Terra Toda
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ...
Alberto Caeiro
Beijo abraçado.
Graça, descrição perfeita da natureza na descida ao vale.
Cenário inebriante dos sentidos, fascínio da vida, mas uma coisa te digo, Graça, adoro mais os montes, a subida da serra, os vales, no entardecer, é quando damos um passo mais e ficamos sem pé na vida.
Um beijo.
Carlos
Momento, clima e palco perfeitos para uma peça sobre a vida.
Uma peça romântica, com leves toques de comédia e mais generosos de drama.
Uma peça a dizer sobre a melancolia de amantes distantes. Sobre a saudade sentida a cada momento. Sobre o desejo e a vontade de estarem sempre juntos.
Lindo cenário, para uma maravilhosa peça sobre a vida.
Beijos!
Querida Graça, mesmo que queiras arredar todas as figuras de estilo, a tua prosa é sempre poética e bucólica, a fazer lembrar Bernardim Ribeiro. Quando a alma é sensível e se funde na natureza, não há nada a fazer, o resultado é sempre belo. E os moinhos, esses moinhos do Minho são uma loucura de lindos, desde os de vento na orla marítima, até esses de água que adoro. Passei parte da infância perto de um, aqui a dois passos, onde passava um rio, memórias ternas do cântico das águas que me ficaram sempre presentes.
Um beijo para ti.
Graça
Belas fotos do minho, onde as paisagens sâo lindas.
É pena é cada vez mais se verem essas casas abandonadas, que sâo tipicas dessa regiâo.
Deviamos dar valor aos que temos
mas infelismente nem todas as passoas pensam assim.
por isso cada vez mais os estrangeiros as compram, e fazem muito bem.
continuaçâo de boas ferias nesse verde, e nessa calma tâo deliciosa.
beijinhos
são as tuas palavras
são essas imagens que me apetecem estar longe daqui e desta fuga cidade amiga Graça!!
adorei-te como sempre no que me fazes ler, ver e sentir!
mais do que um beijo, somos nós!
E respirar profundamente...no sossego, com alma...
Obrigada pela visita.
O Minha Página celebra o 5º aniversário este ano e haverá uma festa.
Entre 30 de Agosto e 7 de Setembro, conto consigo.
Beijos e abraços
Marta
Belissimo este teu [breve ensaio], tanto pelas palavras que me conduzem nesse teu passeio como pelas fotos que o ilustram ... uma sensação de "deja vu" ... Minho ... Adoro!!!
Setembro ... Montedor espera por mim ... MINHO que saudades.
Bjinhos...
GRAÇA
Mesmo de Férias vamos estando...
As fotos deixadas são de uma grande beleza...
Beijos
LUANDA
Luanda...
Tão linda...
Tão mágica...
Com a tua cor...
Com as tuas gentes...
Com a tua luz...
Ao reflectir-se na baía...
O teu sonho...
O meu amor...
És mesmo tu...
Luanda...
LILI LARANJO
As casa antigas, velhas
são inspiradoras.
Beijinho
Diria que esse é o caminho das almas... um regresso ao passado através dos sentidos...
Belos silêncios
porque a poesia
é assim
outras realidades
Querida, mais que perfeito o cenário e extraordinária forma de tu o dizeres. Colocas sempre tanto sentimento no que escreves que é impossível ficar indiferente. Moinhos de água, do meu Minho. Sabes escolher.
Beijos querida Graça.
PJB
Graça querida:
Não consigo acessar o mail, por isso lhe escrevo aqui. Vá ao meu Blog, verá coisas bem bonitas.
Quanto a mim, estou com problemas, tive consultas médicas ontem, e voltei chorando. Não por mim, mas pelo meu mano. Mas isso eu lhe explico de outra forma. Sabe o que eu queria? O seu endereço para mandar-lhe um livro meu. Vou mandar-lhe uma mensagem pelo Yahoo e vc me passa o seu endereço.
Beijos,
Renata, a amiga que adora você
Minha querida Graca!
venho te desejar um bom fim de semana
Que tudo do melhor desta vida te esteja a acompanhar.
Mil beijos com carinho
Rachel
Olá Graça,
…
sentir o cair da chuva das nuvens e a luz
delicadamente © o r ação das nuvens…
encontro do céu com as raízes…
!ntimo caminho e o passo
o encontro…
do B E L O…
!menso beijinho
eu prefiro ficar-me aqui pelo verde e o granito...
para te desejar uma "boa temporada":)
beijo
Graça,
Andei por aqui, para conhecer o seu blog. E gostei do que li.
Um abraço.
Graça,
Onde é que é este lugar mágico?
Que lindo!
Gosto desta natureza assim...
Beijinhos «««
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