[Graça]
Pararam, um pouco antes da ponte.
- Vamos à fonte?
A pergunta acordou, no fundo da sua memória, outras tardes como aquela...
- Queres ir à fonte?
... a sinuosa descida, até à nascente, estava sempre salpicada de amoras. O canto alegre da água, a gargalhar na pedra cinzenta, ouvia-se muito antes de avistar, por entre os milheirais, aquele tanque natural... e, finalmente, a alegria de colar os lábios no frescor líquido que brotava da serra...
- Vamos à fonte?
Há muitos anos que não ia à fonte!
- Outro dia...
E assim calou o receio de que, da rocha imensa, já não jorrassem as tardes límpidas da sua infância.
27 comentários:
Como temos medo de perder as nossas memórias. Como temos necessidade de resgatar o nosso passado. Só a a memória tem uma deficiênia fundamental: só se apresenta por flashes e é assim que recontruímos o nosso passado, tentando melhorar a nossa condiação atual e futura. Falei muita besteira, querida amiga? Nunca sei comentar os seus posts.
Olhá só, Graça: o Tossan gentilmente fez dois selos de dois Blogs meus, o do TWILIGHT FOREVER e o do SÉTIMA ARTE e eu os postei no TRISTÃO E ISOLDA.
Ofereço-lhe os selos, vá lá e os pegue, faço questão.
Um abraço,
Renata
Ah!
http://tristoeisolda.blogspot.com
... mas a fonte da infância jorra sempre.
Minha querida,
Da rocha jorrarão sempre as tardes inocentes e límpidas da tua infância. A rocha é a memória!
Um beijo, Graça
PJB
Passear pelas memórias, à procura das cores, dos sons, dos sabores da infância, é coisa que também faço frequentemente.
Muito bem passado este intervalo
Lindo!
Um beijo
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...deveriam sim, ter retornado à fonte! E se a água ainda jorrasse fresca e límpida como sempre?
Tão pequenino e tão reflexivo, tão belo...
Beijos de luz e o meu especial carinho!
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A foto começa por revelar os encantos de tudo que é puro, natural e longe das mãos destruidoras que impedem o saborear de prazeres, raramente, conseguidos, ainda, com tanta beleza.
As tuas palavras jorram de frescura que a nascente te oferece, agora "mulher" mas, sempre recordando e vivendo a "menina" na tua infância.
Assim, se "calou o receio".
bj...nho
Vê tu, minha amiga,o sabor que a memória tem... Hoje, olhei para lá... fiquei... subi a rampa... voltei à direita... e provei. Depois, comi, comi... E já farta, desci a ladeira... pensei que as amoras já não têm o mesmo sabor... sem perceber se é a minha boca que não as sabe comer...ou as amoras que não sabem assim...
Beijo abraçado.
Ao meu querer!
Dias noites, estações esquecidas
Inventei sonhos para sonhar
Lavei mágoas, dores perdidas
Uma árvore toca as águas da lagoa
O nevoeiro faz desenhos nas cumeeiras
Um Melro negro solta um pio ao acaso
A palavra quero-te diz-se de mil maneiras
Convido-te a ver a Cor da Claridade
Doce beijo
Graça...
Tomo a liberdade de te deixar um excerto de um poema do meu livro "Entre Margens"... pareceu-me adequado.
Beijos meus!
(***)
Tenho a sede e tenho a mágoa
do rosmaninho do monte
que morreu com sede de água
ouvindo cantar a fonte...
E tenho a sede que avança,
cada vez mais insistente
no olhar triste e profundo
dos olhos de uma criança!
Mas olhando atentamente,
espreitando bem lá no fundo,
são duas fontes de esperança
para a sede que há no mundo!
Olá Graça,
Tb eu parei mto antes da ponte a re pousar…
Volto agora para ler embora atrasada todas as gotas e fios de água que jorram das palavras…
Imenso beijinho
Querida Graça,
Como quase sempre, fizeste identificar-me com os espaços que referes. Voltei à infância, à infância maravilhosa das fontes, dos enormes tanques de pedra, dos milheirais, das vindimas, do cheiro fresco da erva acabada de cortar, do cântico da água nos regos de rega que os lavradores tão bem sabiam encaminhar e era uma música melodiosa para os ouvidos a quebrar o silêncio da noite! Era assim também no meu sítio e percebo esse medo, já deixei de ver as aranhas de água que se estendiam nas águas límpidas e puras, ainda há pouco havia uma fonte de água bem fresca preservada e analisada na minha zona e já deixou de ser consumível. No entanto, sei que nesse teu paraíso há ainda muito de divinal, aproveita bem a tua fonte...sem medos.
Beijinho
Olá Graça,
Estive a fazer uma volta pelas pessoas que alguma vez comentaram no meu blogue e encontrei o seu nome. Percebi também que não tinha respondido ao seu comentário e estou a fazê-lo agora com algum tempo de atraso e pedindo desculpa pela minha falha.
A reflexão que hoje nos deixa tem tudo a ver com o tema que me levou a iniciar este blog. Uma viagem ao encontro dessa criança que existe dentro de nós.
Gostei do seu blog. Vou voltar cá.
Um beijinho,
Maria Emília
[.]
ser da ponte a fonte defronte
de um sorriso teu
nasceu a linha de água a ser horizonte
de um passo a ser aço apenas
da montanha que foi outrora monte
tão somente alvoreceu
[na alma ao peito se perdeu]
no teu [.] no meu [.]
o teu beijo, de boa tarde, Graça
[...]
Leio esta fonte, na saudade de outra fonte, a minha. A forma, sempre tão sentida, como escreve sobre as coisas mais comuns é algo que admiro em si.
Bem haja.
Um abraço
Olá Graça! Eh pá, agora ando pouco por aqui... Mas ganho saudades, sério!
Ainda existem bué de rochas imensas - felizmente - onde se pode presencear o jorro da água, jorro de todos os tempos inter-cataclismos naturais, k os houve e a coisa mudava. Se quisermos e soubermos, a água jorrará, em algum recanto, compondo música tão celestial quanto a que nos ofereceste como fundo. Se quisermos, até saberemos como evitar cataclismos naturais, acredito. É k sou um gajo das palavras impelidas pela "tolice", mas tb das k se podem sustentar em evidências. Razão e emoção sempre!
Com o tema a k já aludi, com imagens recolhidas na Fraga da Pena, ali pertinho de Côja, montarias um fabuloso documentário... assim à National Geografic. Palavra!
Mais um post fenomenal, graça. Como tb sou músico, tenho neste período menor disponibilidade para vir aqui... mas virei!
Bj
Ola querida Graca!
uma fonte que nunca seca, a fonte do teu maravilhoso teatro.
Um beijinho com carinho
Rachel
Beber a memória para prosseguir a saudade de amanhã.
No passado, quando não havia ainda água canalizada em casa, muitas famílias abasteciam-se nas fontes da água que precisavam para beber e cozinhar. Quem pegava no cântaro eram as moçoilas da casa. E os namorados aproveitavam esses minutos sem vigilância para trocarem beijos apressados.
Foi o que o teu delicioso texto me sugeriu, recordações de outros tempos. Para além de ter ficado com sede de "colar os lábios no frescor...".
Gosto das tuas fotografias. Mostram sempre coisas lindas...
Querida Graça, bom fim de semana.
O meu beijo.
querida graça,
boas férias_____________________ e obrigado por tudo isso
assim «««
.um beijinho especial.
Graça...
Deixo-te um beijo na brisa perfumada...
líquido
fulgor
*bom fim
de semana*
GRAÇA
Vim desejar bom fim de semana e convidar a buscar o selo que tenho para oferecer.
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Sol bonito
Sol
Muito sol…
Calor
Muito calor…
E tranquilamente
Com passos curtos
Muito curtos…
Avanço devagarinho
E entro na água
Água do mar…
Mar quente e belo
Mar que atira…
Com fúria
A água
Para o meu corpo…
E dentro da água
Sinto o bater das ondas
E tranquilamente…
Deixo-me acarinhar
E deixo-me embalar
Pela suavidade
Do mar…
Lili laranjo
e ensaio-me apenas para dizer obrigada e bons tempos no devir.
nas veredas. e nas fontes.
beijo Graça.
deixo-te um beijinho e desejos de um feliz fim de semana
Com carinho
Rachel
Magnífico!!!! Os medos que se instalam com retornos a passados que poderão não mais existir…
(www.minha-gaveta.blogspot.com)
Olá, Graça.
As próprias memórias atraiçoam-nos e desiludem-nos.
Há coisas que devem ficar tal como as recordamos...
Obrigada pela visita.
Beijos e abraços
Marta
Que lugar fabuloso______________________________ Meu Deus!!!
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