(foto de Luís)
A representação, por este palco, faz-se também de intervalos. O pano fecha-se, cansado dos actos maiores... a plateia esvazia-se, indiferente ao climax do enredo... os projectores apagam-se, gastos de tanta artificialidade. Fico eu. Num entreacto.
Posso, finalmente, encenar a distância que medeia entre o fim e o princípio, por esta ordem, porque a verdadeira. Construo, então, avidamente uma peça de cenas soltas, quadros aleatórios, personagens sem papel definido, em teatros por inventar. Abdico do ponto, dispenso contra-regra, ignoro as vozes que me chamam dos bastidores.
Alinho, num desalinhavo de sentir, as falas que suportarão cada deixa. Falas curtas, projectadas em vozes aladas... falas absurdas, propagando certezas num anfiteatro sem velário. Sai a trama, urdida em fios de palavras soltas... uma pausa... uma estrada... uma casa... um jardim... um sorriso... uma hortênsia... um segredo... uma noite... um monte... um silêncio... uma estrela... um desejo. Nasce a peça... no anseio de outras representações.
Com as asas que se enraízam neste palco... amanhã, chegarei voando a esse intermédio de mim.
15 comentários:
Sempre vejo seus comentarios no blog da Rê....nãotinha vindo aqui ainda ...vc parece ser serena...adorei passar por aqui..bom fim de semana!
Aproveite o intervalo.
Boa viagem, bom descanso.
Beijos,
Renata
Querida Princesinha,
Conhecer teu abençoado e belo blog É MARAVILHOSO! Eu adorei meu anjo.
Tua inspiração é belíssima... Palavras fascinantes!
São deslumbrantes suas postagens e paisagens... Enfim, tudo aqui é riquíssimo de sabedoria e entendimento.
Parabéns!
Deus te abençoe
Voltarei mais vezes...
Beijo de poesias, rsssss.
Com carinho,
CelyLua, Amiga e fã das tuas palavras...
Muito obrigada!
Escutam-se as batidas, bem fortes, do contra-regra... Uma voz que diz...senhores e senhoras. Levanta-se o pano e, eis que temos a Graça, no seu explendor, de uma peça de teatro aqui, neste seu palco, onde expressa, pelas suas palavras que, da sua boca, voam bonitas como a foto que podemos observar.
bj...nho
Que nesse cenário, as falas não sejam curtas e asburdas... que a trama se urda com fios de ouro, com o perfume da hortênsia e a perenidade do espigueiro... no abrigo do mais doce velário...
Beijos abraçadados [plural, porque também para eles]
Já algum tempo que visito o seu blog,embora nao tenha comentado ainda e gosto do que escreve.
Adoro a foto, e as suas palavras.
E gostamos as duas das telas da F@
vou começar a comentar se não se importar.
beijo
voltarei para te ler e comentar como tu mereces!
obrigada querida pelo teu "vasculhar" do meu canto e pelo teu comentário!
voltarei em breve...
beijo terno...
Minha querida, faça o favor de nunca deixar de aqui encenar as suas teatrices, sim?
Bom fim de semana.
Finalmente, minha querida, um voo até ao teu/meu espaço verde! Mas cuidado, não voes na estrada... vem com calma. Espero-te no intervalo.
Bjos
PJB
Olá, amiga!
Depois duma realização... pensa-se imediatamente noutra...
Assim é em todas as artes.
Beijinhosss
Olá Gracinha,
Li ali ao lado que vinhas para o Norte e como sou adivinha se tiver algum dia para um passeio por uns sítios que eu adoro, talvez te encontre.
Já vi que perdi o post atràs, tenho saído muito, mas volto daqui a um pouquinho, porque já percebi que são os dois maravilhosos pontos de partida para grandes reflexões, como sempre.
É que cheguei agora a casa e visitei-te logo a ti e ao "nosso menino" e ainda gostaria de me passear pelas nossas amigas, mas volto pelo serão porque todos vós merecem uma leitura aprofundada e um comentário a condizer com a generosidade com que nos matam a fome de LUZ...
Beijinho grande e até já.
até breve Querida Graça.
beijos.
muitos.
preparo-me também para intervalar
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e nunca saberei dizê.lo tão bem como tu, diva e raínha deste palco onde sou apenas ou somente um anjo teu
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e fico. fico. fico.
e novamente a música. esta. que me é a tua festa, com que me brindas aqui.
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íssimo .
Olá Graça,
Esta falta de tempo e cansaço matam-me o espírito, que se renova quando entro em textos como o teu.
Volto mais tarde do que prometi, mas volto, já voltei ontem, volto novamente para te dizer olá, mesmo no intervalo, dito de forma tão genial como só tu sabes dizer.
Se não fosses professora eras de certeza um nome maior no Teatro, em várias áreas, como autora, encenadora e penso que como actriz, embora não o tenha visto, mas a forma como sentes a vida, como a escreves, como a trazes à flôr da pele só pode ser a de uma actriz que penso se poderia tornar grande, sente-se também na expressão do teu olhar.
E agora vou ali abaixo, àquele espigueiro que adivinho fazer parte da trama que urdiste para estes dias.
Beijo de amizade.
Branca
Abre o pano
Cai o pano
Não existe pano
O tempo passa
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