O Domingo devia ser, até pela sua definição, devotado ao descanso. Que ironia! Desde manhã que estou sentada ao computador... trabalhando. (O gerúndio é a minha herança alentejana.)
No entanto, o meu pensamento vagueia por outras paragens. A concentração é difícil, quando se recordam outros domingos tão mais agradáveis e cheios de pessoas. Domingos pintados de verde, espelhados pelo cristalino da água inquieta de um rio, escritos de palavras sábias e calorosas, partilhados no silêncio de quem nem precisa de palavras.
A imaginação também não pára. Oiço deixas e falas de uma peça por escrever, recrio espaços cénicos num palco diminuto, antecipo personagens com relevo de principais... todas para mim principais.
Quem pode trabalhar com esta constante interrupção de imagens mentais? Faço um esforço. Observo a desarrumação de papéis em cima da mesa. Mesa de Professora, enfim... e só me apetece escrever verdades profundas, reflexões sentidas, pensamentos excessivos... como o que retirei de T.S. Eliot e permanece orgulhoso, no lado direito deste espaço chamado blogue: "A man may walk at night with a lamp, and yet be drawned in a ditch". Tanto que me apetecia dissertar a propósito! Mas não posso! Vou remeter-me aos "bastidores" e trabalhar...
4 comentários:
Gosto dos bastidores. Gosto das pessoas que trabalham nos bastidores.
São tão importantes como as estrelas que todos conhecem... é, sim, como "antecipar personagens com relevo de principais"
bjinho. boa noite!
A frase que escolheste deixa uma boa verdade, não é por levar a lanterna que se evitam os buracos.
Boa semana, amiga.
PJB
Às vezes acontece que os domingos parecem dias de semana...
Mas gostei do teu texto "domingueiro"...
Beijinhos.
Traiçoeiros, os domingos domingueiros... e eles acreditam que os domingos são domingos. E dizem na televisão. Ai que danação!!!!!!!!!
Bjos
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