Pelo Paraíso...


No intervalo da peça maior, fui pisar outros palcos!

Não sou crente. Nunca fui. Sempre me foi difícil acreditar no inatingível. Por isso, a minha noção de Paraíso é muito terrena. Palpável. Concreta.
Fui passar o fim-de-semana ao lugar aprazível, por excelência. Ao meu pequeno Paraíso, no alto do monte da Cividade, perdido no mapa, apagado de roteiros, no coração do Alto Minho. Venho cheia de verde. O rumor da natureza ainda ecoa no meu pensamento.


Da varanda do meu quarto...à esquerda.




Da varanda do meu quarto...em frente.



Debruçada, à direita... espreitando as traseiras.



Pequeno pormenor... no jardim.


Podia continuar, preenchendo esta interrompida peça, de memórias visuais. Surgirão, por aí, ensaiando ficar registadas.


(fotos de GMV)

What about feelings?...


A pergunta chegara impregnada de sotaque helénico. Hesitei na resposta. Afinal parecia uma questão retirada de um questionário formal, vazio de intenção, tipo "idade?", "naturalidade?", "comida preferida?", "e sentimentos?".

Como dizer in english tudo o que me retrata no sentir?

Sou, na sensibilidade, exagerada. Sinto sem meio termo. Nos opostos me defino. Não consigo ser indiferente. Os meus sentidos não param, nesta consciência percepcionada de tudo o que me rodeia... pessoas e não só.
Estou imbuída de sentimentos bons... maus. Positivos, negativos. Mas sinto, muito... tanto que, por vezes, esses sentimentos não cabem em mim. Precipitam-se em torrentes de palavras, jorram impensadamente... Sou eu, no meu estado hiperbólico-sentimental!

What about feelings? Isto é pergunta que se faça a alguém? O sentir não se explica!! Sente-se e pronto! Não se define, não se contabiliza, não se pensa, não se detém na procura da resposta.
O sentimento nasce no momento, abençoado pelo olhar, no tactear de um som, gostosamente perfumado. É a sinestesia da razão. Sente-se. Só isso!

Agora, como dizer tudo isto em inglês? Como dizer que não quero emigrar do carinho de ninguém? Como dizer que, como qualquer ser humano, me alimento de "sentimentos"?
Exalto propositadamente a pergunta...é, eu sei! A resposta era tão simples: Μου αρέσεις! também.
(foto retirada da net)

Pelo repasto no campo...


Esta luminosidade que enche os dias incomoda-me! Não é que não goste de Sol, nem sou contra o calor, não exagerado, que percorre os corpos. É a luz, a evidência dos dias claros...a possibilidade do ver "claramente visto"!

Abreviando, não vim escrever contra o Verão. Muito pelo contrário.

No meio de relatórios disto e daquilo, principalmente dos relatórios sobre os relatórios, e ainda dos que relatam o que já foi relatado, irrompe no meu pensamento, já quase rendido à proliferação do papel, a imagem de outro palco...campestre. Possível porque Verão. Vestido de piquenique.

É isso. Andamos, no intervalo de reuniões infinitas, a preparar este encontro natural dos 30 Por Uma Linha. O palco já foi escolhido... o cenário composto. Os adereços estão,neste momento, feitos lista de quem não abdica do papel. Escreva-se. O que levar. O que comer. O que beber. O que vestir...

Os actores, esses irão na expectativa de um dia bem passado, longe de uma Escola consumida pelo tal plano tecnológico que ressuma a papel em triplicado.

Todos os anos, este magnífico Grupo de Teatro Amador encerra a temporada num agradável repasto. Este ano atípico iniciaremos a temporada feita peça improvisada, ao sabor da Natureza.

Os meus queridos actores só desconhecem ainda que aqui a Encenadora está a pensar pedir um relatório descritivo da actividade!!!! (Só para não perder o jeito.)

Cai o pano...

(Foto de JGF)


A peça lectiva chegou ao fim...

O dia amanhecera a prometer quentura. Amanheci como o dia. Cheia de um sentimento quente, que antecipa despedidas, mesmo que breves. Não gosto de despedidas. Soam sempre a definitivas, ecoam a possibilidade do não-ver-mais.

A manhã foi dedicada ao cumprimento burocrático de um secretariado de exames, a fingir (não o secretariado, entenda-se). Representações ensaiadas em busca da peça dos resultados. O palco estava montado, o cenário perfeito. O exame de Matemática, actor principal, protagonista do dia, sabia o papel como ninguém. Transfigurara-se de facilidade, sedento dos aplausos da espectadora de primeira fila, feita (sabe-se lá porquê!) Ministra da Educação.

Mas a composição dramática que verdadeiramente me interessa terminou ontem. As últimas aulas do ano. A despedida personificada do tal sentimento que me preencheu de calor...humano.

Tive direito a tudo da parte dos meus lindinhos: à bajulação ensaiada; às lágrimas sentidas; às palavras registadas na pressa de quem tem muito a dizer; às palavras ditas na timidez do sentir ; às flores...

As palavras reli há pouco. Ali ficarão, como milhares de outras, alimentando esta minha fome de ser Professora, com maiúscula, sim! Voltarei para elas, sempre que alguém me marcar mais uma reunião, sempre que alguém me sugerir a aplicação de menos rigor, sempre que alguém ousar substituir o verbo ensinar por qualquer outro...

As flores coloquei numa jarra. Ali ficarão até morrerem, lentamente, alimentando as minhas memórias das quase seiscentas aulas que partilhei com os meus lindinhos!

As lágrimas que me deram recolhi, com cuidado. Guardo-as todas no meu coração. Alimentam a secura do meu olhar. Não choro. Nunca choro!

Quando, no final de cada ano, a peça lectiva chega ao fim, fico vazia, durante uns dias. Falta-me a voz, choca-me o silêncio, o meu pensamento parece divagar em vão.

Até Setembro!

Ensaio sobre figurantes II...

Dizia o anúncio publicitário...
será uma alegoria?
será uma metáfora?
será uma hipérbole???
Provavelmente, nem sabiam bem o que estavam a dizer! Mas sem dúvida que Portugal é uma hipérbole, raiada também de anáfora do "Tivemos azar", uma ironia expressa pelo "Temos grandes jogadores!"
Deixem os moços, coitadinhos, ir à procura de quem lhes dê mais euros!!! O palco relvado do Euro 2008 merece melhores actores.

Ensaio sobre figurantes...


Quando, no decorrer do estudo do texto dramático, explico aos meus alunos o papel dos figurantes, eles não compreendem. Ou melhor, não aceitam que assim seja. Aclaro a ideia, recorrendo à possível importância das ditas personagens, para a composição de um cenário, para o entendimento de uma cena.

Definitivamente, não aprovam! Bem podia passar as minhas aulas centrada na concepção de personagens, no relevo do papel, que nem assim entenderiam.
Então, ó Professora (nunca percebi a necessidade da interjeição! estou atenta, sempre!) como é que uma personagem que não fala é importante?
Não desarmo! Retomo a explicação. Mas, ó Professora, se é para compor o cenário, porque não usar bonecos?

Sorrio. Compreendo o dilema. É difícil, sim, perceber a personagem que unicamente combina com adereços e afins.

Hoje, em mais uma reunião, talvez a milésima do ano, porque já lhes perdi a conta, lembrei a aula e o não-entendimento voluntário dos meus lindinhos. No palco do ajuntamento de docentes, dei por mim, nesta quase inerência do olhar de Encenadora, a observar o "cenário". E lá estavam as eternas personagens figurantes, ignorando a deixa, vivenciando o compor da cena, estáticas (no receio da má representação), enfim: caladas! impossibilitadas de falar, por ausência de ideias? de opinião? de interesse?...

Comprometi-me, naquele instante, a nunca mais tentar convencer os meus meninos de que os figurantes têm tanta importância como as outras personagens. Se aqueles não estivessem no cenário, a reunião talvez pudesse ter sido denominada de reunião.

Ensaio atrasado...


O tempo não perdoa. Mesmo que não lhe queiramos dar importância, ele vai passando matreiro. Compassadamente, sem atrasos, nem recuos. Aliás, os avanços é que se afiguram evidentes.

Vem isto a propósito de não ter tido tempo para escrever sobre a última subida ao palco! Os meus lindinhos também não me perdoariam, com ou sem tempo.

Um Novo Princípio foi uma peça que escrevi assim de rajada. Numa tarde, chuvosa, de intempérie, quando o ar fica pesado, escuro, na expectativa de espargir dilúvios de sentimentos guardados. A inspiração surgiu pelas perguntas de circunstância que na véspera lera algures. "Acha que o mundo está a mudar?", "Que tipo de intervenção gostaria de ter...". Bom, abreviando, intervim escrevendo uma peça sobre um Mundo após este Mundo.

Os meus jovens actores cedo perceberam a mensagem, assumiram as personagens de nomes sugestivos...Aventureiro, Animadora, Sonhador, Sabe-tudo, Velha Terra, Alegria, Esperança, entre outras.

Na sexta-feira, subiram pela primeira vez ao palco para enfrentar uma plateia. O nervosismo era evidente. Não pela representação, mas por aquilo que eu poderia achar desse momento em que as minhas palavras ganhariam vida.

Foi mais um momento lindo, neste meu palco da vida. A mensagem passou. De manhã, o público mais jovem aplaudiu. À noite o público adulto também aplaudiu.

Eu aplaudirei sempre. Para ver o brilho no olhar, para sentir a mão que se aperta, para receber o sorriso no silêncio de quem já não tem palavras, para ouvir as perguntas: "Professora, correu bem?"

Correu bem sim. O teatro aconteceu. O palco encheu-se de alegria. Os actores fingiram magnificamente. Um Novo Princípio foi peça, por um dia!
(Foto de Paola)

13 de Junho de 1888...



Se sou alegre ou sou triste?...
Francamente, não o sei.
A tristeza em que consiste?
Da alegria o que farei?

Não sou alegre nem triste.
Verdade, não sei que sou.
Sou qualquer alma que existe
E sinto o que Deus fadou.

Afinal, alegre ou triste?
Pensar nunca tem bom fim...
Minha tristeza consiste
Em não saber bem de mim...
Mas a alegria é assim...

O poema é do Mestre. Desse ser magnífico nascido no dia 13 de Junho. Hoje é dia de Santo António. Lisboa marcha com cheiro de sardinha assada. Para todos, é dia do santo que abençoa casamentos. Para alguns, é feriado. Para mim, é o dia de Fernando Pessoa.

Faz hoje 120 anos que nasceu essa figura universal. Português. Lisboeta. Esquecido, enfim. Provavelmente, hoje será recordado em alguns pontos do nosso frágil Mundo. Será lembrado pelas suas palavras, libertando beleza a cada sílaba. Será, talvez, homenageado com documentários televisivos em línguas vivas, mas estrangeiras.

No seu país? No meu país? Falar-se-á talvez do treino à porta fechada, na abertura dos telejornais. Falar-se-á do provável seleccionador, agora que o brasileiro decidiu com o coração recheado de libras. Falar-se-á de camionistas, de combustível, dos resultados do referendo da Irlanda, da ressaca da sangria bebida em copos sujos pelos bairros de Lisboa.

Não sei se alguém irá avivar a memória com um poema de Pessoa.

A minha está repleta deles. Dos poemas que ficam bem em qualquer momento da minha simples vida. No palco da existência, já fui acompanhada por Pessoa nas mais variadas representações quotidianas. Fosse numa estrada deserta, na escuridão de uma noite, entre Vilar e Chaves; fosse no mar azul alentejano, entre uma onda e outra; fosse no silêncio do monte da Cividade, em pleno Alto Minho; fosse tão somente numa aula, porque, claro, sou Professora.

O poema, com que hoje componho o cenário do meu palco, é a prova da simplicidade da ideia, feita verdade pela poesia.

Hoje é dia de Santo António. Dia de manjericos. Dia de quadras populares. E quantas, sem que a multidão barulhenta o saiba, foram criadas pela imaginação daquele que nasceu neste dia, no longínquo ano de 1888?

Fica uma. Não como tributo ao Santo. Mas com todo o respeito ao Poeta.

Tenho vontade de ver-te
Mas não sei como acertar.
Passeias onde não ando,
Andas sem eu te encontrar.

Ensaio sobre Portugal...



Neste meu espaço, dedicado à representação dos actos da vida, Portugal ressuma a Teatro decadente. Uma espécie de Parque Mayer abandonado.

Adoro o meu País. O espaço físico. O cenário, se quiserem. Esse verde refrescante a norte; as planícies douradas a sul. As serras, a orla marítima. O céu português. O mar português.

No entanto, consciencializo-me, cada vez mais, de que o histórico Teatro perdeu o fulgor das grandes estreias. Fechou as portas. Está, provavelmente, para demolição.

País pequeno, até nos objectivos, nos ideais, já para não falar nas concretizações. Os actores, de quinta categoria, recusam o papel... o Encenador, assumidamente ditador, vive num outro mundo. Longe da realidade do palco. O Contra-regra falha as entradas. O Guarda-roupa não disfarça os 'reveses' do dia-a-dia. O Ponto não se faz ouvir...

Vem isto a propósito de um País que, sem grandes aspirações, se revê num conjunto de homens, que, sem pejo perante a miséria, abrem as portas das suas fortunas. Mostrando, numa simplicidade que assusta, as suas pobres casinhas. Homens que são idolatrados porque jogam à bola!!

Adoro futebol. Nada se compara a, numa tarde de domingo, vivenciar o colorido de um Estádio da Luz, e, na irmandade dos sessenta mil, cantar a uma só voz 'Glorioso'. Mas não perdi a consciência. O meu Portugal não pode ser futebol. O meu País era o herdeiro de um quinto Império a haver. O meu país já teve ideais, cultura, história...vida.
O meu Mestre avisou..."Senhor, falta cumprir-se Portugal". O que esperamos para o cumprir?

No dia que é hoje, Portugal é um Teatro falido, onde as luzes do palco há muito se apagaram.

No dia que é hoje, vou ali...talvez volte!
(foto de Luís AT)

Ensaio sobre adereços...

(foto de JGF)


Parece que, um dia, Fernando Pessoa disse, ou escreveu, algo como "Pedras no caminho? Guardo todas. Um dia vou construir um castelo."

Conheço quem não goste do Poeta (com maiúscula, sim, porque o Poeta). Provavelmente, pela dificuldade de denotar as suas palavras, de entender as razões da complexidade do seu pensamento. Mas, quando lemos 'ditos', como o citado, devíamos imaginá-lo, sozinho, numa qualquer noite de Primavera, sentindo, na antítese, as alegrias e as amarguras da vida. Sendo Pessoa, simplesmente pessoa, enfim.

Quanto mais leio este grande fazedor de palavras, mais o respeito e admiro. Muito do que escreveu poderia figurar como exposição/conflito/desenlace de qualquer 'peça' humana. No fundo, mais não fez do que procurar, como numa verdadeira demanda, a felicidade. Não é isso que todos queremos alcançar?

Se, nesse contínuo procurar, encontramos obstáculos, pedras, pedragulhos, penedos, montanhas duras e frias, desistimos? Não pegamos em rosas, porque têm espinhos? Não gostamos de cactos, porque picam?

Olhemos a vida como um desafio. Tornemo-nos autores da nossa história. Sejamos Cavaleiros andantes, de espada em punho, derrubando dragões imaginários... e outros não. Não tenhamos medo dos sentimentos...

A felicidade que todos almejam só pode residir no interior de cada um. Na capacidade de ver óasis, na imensidão do deserto. Na coragem de aceitar um 'não', sem o sentir como florete rasgando a carne. Na valentia de recusar a vitimização fácil.

Guardemos as pedras que aparecem no nosso caminho. Servem como ensinamentos nesta nossa vivência. Porque o mais importante é mesmo a própria vida... Esse Castelo erigido pela força das pedras que apanhámos, ao andar por aí.

E não tenhamos pejo em reconhecer que até um cacto tem a sua beleza! Que seja mais um adereço no cenário desta minha peça feliz!

Ensaio pelo improviso...

(foto de Luís AT)

Sou pelo improviso. Pelo repentino. Pelo 'de repente'.

No palco, durante os ensaios, quando um do meus aprendizes do fingir tem uma chamada "branca", eu apelo ao improviso. Vamos! Invente! Qualquer coisa há-de sair! Não fique calado! E a "branca" fica cada vez mais pálida, raiando quase o estado exangue!

Não é fácil improvisar, nem no palco da Sala Gil Vicente, nem neste palco da vida.

Improvisar, numa peça, é ter a capacidade de a recriar, encontrar-lhe um sentido, que não apague a trama do dramaturgo, que não corte o fio que conduz ao desenlace.

Improvisar na vida é exactamente igual! Exige-se um acto de produção original. Repentino. Sem quebrar o conflito da realidade, permitindo que se atinja o clímax... o ponto culminante... o momento decisivo da acção (redundâncias de quem improvisa!).

Gosto de improvisos. No palco, na vida... Gosto de quebrar a acção pré-definida, a sequencialidade dos acontecimentos. Gosto de deixar o Encenador na eterna dúvida do que virá a seguir.

Hoje, a minha jovem actriz, que carrega a responsabilidade de uma personagem de nome pomposo, Velha Terra, teve uma "branca" no ensaio. Improvise! (quase implorei). Olhou-me, com os seus olhos inexperientes, rogando a 'deixa'. Não dei! Olhou-me, com os seus olhos líquidos, suplicando a 'fala'... Claro que dei!

No palco, na vida... improvisar não pode ser sinónimo de chorar.

Ensaio sobre os dias...



Já uma vez escrevi, por este palco, que não gosto de dias convencionados. Dias feitos de rótulos. Dias que se minimizam em data de calendário. Dias para aliviar consciências pesadas.


Parece que hoje é dia da Criança!

Quero alimentar essa criança que sempre viveu em mim. Até ao fim dos meus dias, quero sentir essa forma de estar perante a vida, perante o mundo. Quero olhar o azul e inventar histórias para as nuvens brancas. Mas quero sentir todos os dias. Não só hoje. Continuo criança na admiração perante a grandeza do Mundo. Continuo criança, quando quero os meus "porquês" respondidos. Continuo criança, quando me abstraio das responsabilidades e posso sorrir só por sorrir. Continuo criança, quando procuro o colo dos que amo, só para me sentir protegida pelo calor dos outros. Sou criança, quando exijo a outra mão a apertar a minha mão, para saborear a partilha do momento. Sou criança, quando ainda encontro beleza no fogo de artifício, que rasga os céus nocturnos, ao som dos Bon Jovi. Sou criança quando olho, todos os dias, para as minhas crianças e vejo pessoas.

Parece que hoje é dia da Criança! Para que alguns adultos possam presentear, possam passear com, possam olhar e ver, uma vez no ano, as suas crianças.

Não creio que o Mundo precisasse desta data. Dia da Criança é o nosso dia, todos os dias.

(foto de Luís AT)