Há dias, fomos ao teatro. "Ir ao teatro", só por si, já é uma expressão inovadora para aquela mole humana mais conhecida por alunos. Das três palavras, a mais importante, no momento da explicação da atividade, era mesmo a primeira: "ir", não importava onde, não importava quando, não importava com quem, mas, pelo sim, pelo não, convinha saber se era possível levar lanche.
Efetivamente, o Teatro é uma realidade que não faz parte da irrealidade em que vivem os jovens, por estes dias. Não tem ecrã, não tem teclas, nem "dados", nem "password"... nem nada que interesse! Claro que o sentimento de expetativa germinava algures, perante o desconhecido.
Sei que alguns nunca mais esquecerão aquele momento, sei também que muitos não tornarão a entrar num auditório de teatro, sei ainda que outros quererão repetir a experiência, no entanto, o que mais me impressionou foi o silêncio com que foi absorvida cada fala, os risos cristalinos a cada gesto inesperado dos atores, os olhares cúmplices, quando repararam que faltava uma cena no Auto! Eles sabiam que faltava uma cena!
Afinal, ainda vale a pena andar por este palco escolar, para vivenciar uma experiência única: a primeira vez que os meus meninos assistiram a uma peça teatral, no sítio certo.