Ensaio pelo regresso...





        Um dia não haverá regresso e ficarei por aí, entre o azul e o verde da minha alegria.

Já não...



     Já houve dias em que acreditei que a subida seria natural. Qualquer subida, principalmente a profissional. Tinha o sonho, passível de ser real, de contribuir de forma natural e única para a transmissão de saberes, de valores, de conhecimentos, de experiências positivas de vida. Não foi real! Ou melhor, durante uns anos, e para ser justa, foi mesmo materialmente real.
    Tudo mudou. Os alunos já não o são, passeiam em espaços ficticiamente fechados e seguros, carregados de tecnologias, ligados a pilhas de lítio, massacrando a íris com gráficos repetitivos e obtusos. Os alunos já não são miúdos com receios naturais em crescer, com crises pré-adultas, já não...
   Em algum momento falhámos, talvez quando deixámos de ter tempo. Os valores perderam-se e os sentimentos, sim, os sentimentos já não grassam nos corações dos nossos jovens. Os alunos são indiferentes, incultos, insensíveis. Curiosamente, penso tantas vezes que a utopia tornar-se-á realidade, em breve, e, sem muito esforço, seremos governados por máquinas... os nossos alunos.

Ao longe... uma luz






Por vezes, gostava de ser um barco, navegar na gávea da proa, só para ser a primeira a avistar a terra serena onde os ventos se amainam e repousam todos os pensamentos.