[Graça]
Dá-me um livro de capa telúrica... um livro com título isento de ornatos, nítido, como as águas serenas do meu rio. Dá-me um livro de narrativa autodiegética, inscrita na harmonia do verde desalinhado. Dá-me um livro onde as personagens teçam sentires abraçados pelos frondosos troncos de árvores silenciosas. Dá-me um livro de palavras livres, silabicamente floridas, encantadas pela dança dos sinuosos atalhos. Dá-me um livro de acção encadeada, sem analepses, sem prolepses, onde se respire apenas o beijo doce do vento.
Dá-me um livro... onde, em cada letra-sorriso, me leia.