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Uma nova temporada...
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Apeteceu-me [um breve ensaio]
O dia surgiu sem rasto de tristeza. No entanto, a chuva caía miudinha, irreverente na indecisão de molhar ou não molhar, de se fazer ouvir, ou nem por isso. E o céu, provavelmente cansado de um reinado de luz e calor dos últimos dias, fechara as portas cinzentas ao rei Sol.
Cenário mais-que-perfeito, em modo indicativo, para abrir o pano nesse palco de imensidão verde. A peça não teria metáforas gastas, nem hipérboles em forma de intervalo. Não se procurariam antíteses no dizer, nem sentires perifrásticos. Seria o real. Sem figuras poéticas.
Iniciámos a caminhada. Os brados do arroio, com pretensão a regato, rasgavam, alegremente, a descida íngreme do monte. No meio do matagal, começaram a surgir as primeiras construções de pedra. Chegáramos. Nem velas, nem pás, nem vento, nem Quixote... Moinhos de água. Apenas.
Pelo momento...
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Sou pelo momento…
Sou pelo momento…