Ensaio pelo "orgulho"...

[Luís]


Por este dias, no palco maior da Língua Portuguesa, caminhamos nessa estrada sinuosa que é o estudo d' Os Lusíadas.

Há muitos anos que os alunos chegam ao 9º ano cheios de preconceitos em relação à obra de Camões. Que é difícil, que é uma "seca", que não se percebe nada... numa palavra, chegam aterrorizados. Sorrio sempre, com estas iniciais manifestações de resistência, baseadas no famoso gosto português do "ouvi dizer".

Confesso que Camões não é o meu Poeta... no entanto, dá-me uma satisfação imensa estudar a epopeia com os meus lindinhos e provar-lhes que as ideias formadas por antecipação podem, rapidamente, esfumar-se no gosto de ter uma opinião própria, fundamentada no conhecimento.

Desde que sou professora que decidi que nunca poderia abordar semelhante obra da forma como me tinha sido apresentada, enquanto aluna. Detestei-a. Escandir versos, dividir orações, memorizar figuras de estilo descontextualizadas e saltar os episódios mais interessantes, não foram, decerto os objectivos do Poeta ao criar o poema épico.

Iniciámos, então, esta caminhada, partindo de uma proposta de leitura simples: demonstrar "o intuito de dignificar o homem na sua real grandeza, que resulta da sua vitória permanente sobre a sua congénita fraqueza". Vencer os medos, enfim... Sei que não é simples, de qualquer forma, fazê-lo perante alunos que, cada vez mais, desconhecem a sua História, a sua Língua... pouco sabem de geografia, de religiões, de política, de humanismo, de valores...

Serve-me, assim, a narrativa camoniana para ir preenchendo, aos poucos, algumas lacunas culturais dos meus meninos. A reacção é sempre boa, discutem, argumentam, falam, duvidam, perguntam... e gostam!

Ora, numa destas aulas, clarificávamos a forma como Camões defende a Pátria, apesar da consciência, inquieta e amarga, de que o seu tempo já não é um tempo de grandeza [nunca mais foi, mas isso é outra história]. Rapidamente, um dos meus lindinhos trouxe para a discussão o Amor... justificação fácil, de tantas coisas complicadas. Um outro resolveu acrescentar à conversa o "orgulho" de ser português. Foi aí que a aula enveredou por outros caminhos. Autênticos atalhos, que fazem a beleza da caminhada, e que nenhum Programa, nenhum Ministro, nenhum Governo pode prever [nem desvalorizar].

A turma em causa é constituída também por alguns alunos oriundos de países que não têm o Português como Língua Materna. A minha lindinha ucraniana ouvia tudo como muita atenção, escrevia algumas coisas, e, quando surgiu a palavra "orgulho", colocou o braço no ar. A dúvida, num sorriso: "Professora, eu não sei o que é orgulho.". "Sabe, sim." respondi "Mas os seus colegas vão explicar-lhe." E foi assim que, gota a gota, pelas explicações dos meus alunos, o sorriso da minha menina transbordou, como um lago cristalino de certeza: "Já compreendi, Professora. Tenho orgulho em ser ucraniana."

Os Lusíadas são uma obra difícil? Talvez... contudo, receber um sorriso, porque se compreende, é tão fácil!

52 comentários:

RENATA CORDEIRO disse...

Amei de novo e de novo******************************************************************

O SORRISO DELE ME ENCANTA

O sorriso dele me encanta.

Como me encanta a forma como ele me olha, a carinha de inocente quando faz coisa errada, ou o jeito de perdido quando não sabe alguma coisa...

E os olhos? Que brilho é aquele? Eu poderia ficar olhando durante horas e não me cansaria.

Tem o abraço mais gostoso que já senti. Dentro daquele abraço me sinto protegida, querida e feliz. E a cada abraço é como se o mundo parasse e eu pudesse ficar ali aquele instante aproveitando tudo aquilo sem ter que se separar novamente.

Sinto tanta saudade, o peito aperta de saudade.

Sou muito feliz por ter um amor que me faz suspirar todos os dias, que me faz rir sozinha, que tira meu folêgo

Tão divertido, tão inteligente, tão lindo.
Perdidamente apaixonada pelo meu ursinho de pelúcia****************
By Renata eu e daí?

Beijos mil**************************
Teadoro**********************

Carmo disse...

Parabéns professora! Estou certa que os seus alunos hoje encaram a literatura/poesia de uma outra forma


Beijinhos

bom fim de semana

Carmo

Marta Vinhais disse...

Gostei do texto, da forma como tentas abordar essa obra complexa chamada Os Lusíadas...
É questionar, descobrir os porquês que enriquecem o estudo...
Beijos e abraços
Marta

sideny disse...

Ola Gra;a

Venho deixar um beijinho e desejar um bom fim semana.

A.S. disse...

Querida Graça,

Retirar ao professor a liberdade de ensinar segundo os seus métodos e conceitos, é não só coartar a capacidade do prof. para o exercicio da sua profissão, como, ainda mais grave, agir na via mais directa do obscurantismo, tentando impedir que os alunos participem com as suas próprias ideias, incluindo o direito de questionar os factos tal como são oficialmente apresentados! O orgulho de ser... é algo que não se aprende. Está no ADN. Porém orgulhando-me da minha nacionalidade, não posso orgulhar-me com grande parte daquilo a que se convencionou serem os "Gloriosos Feitos"

Uiii... desculpa ter ocupado tanto espaço. Acabei por não dizer aquilo que queria!
Por falar em orgulho graça, orgulha-te de seres como és!!!

Beijos... e um fim de semana mais quentinho!!!

AL

Gil Moura disse...

Olá, Graça!

Os Lusíadas, ao contrário do que se possa imaginar, é uma obra cativante, que explicada aos alunos com perspicácia e paciência, será um prazer ler.

"Amor é fogo que arde sem se ver"

Luis Vaz de Camões

Beijinhos e bom fim de semana

Gil

Vivian disse...

...eu penso que não foi você
quem escolheu o magistério,
e sim fostes escolhida por ele.

beijo imenso, querida linda!

Pensador disse...

Maravilçhosa experiência, Graça.
Também no Brasil, infelizmente, é comum os programas oficiais de literatura fazerem mais por desestimular do que por aumentar o interesse dos alunos na leitura.
Muitas vezes me pergunto se não é intencional, uma vez que pessoas que lêem e discutem, como você fez com seus alunos, adquirem uma consciência crítica...
Beijos!

Carlos Gonçalves disse...

O orgulho no Império que Camões nos canta, passou, e não deixou saudades, releve-se, todavia, a sua obra.
Orgulho, tenho nos meus pais e nas minhas origens.
Obrigado pela tua aula, professora, também, sinto orgulho no sentir da tua amizade.

Um beijo doce, em ti, com orgulho!

Carlos

São disse...

Que pena , ainda haver esse receio de "Os Lusíadas"...isso ainda é consequência do péssimo tratamento que a didatura lhe deu e que nos reduziu a pegar nessa obra maior , não para lhe admirar a beleza , mas sim para lhe dividir orações e estudar gramática!!!

Um bom domingo, linda

Braulio Pereira disse...

confesso que pouco sei
roubei um beijo á lua
e nesta paixâo tua
encantado aqui fiquei


teu aluno com saudades!!!!


beijos!!!

JOTA ENE ✔ disse...

ººº
Já o li há tanto tempo... não o leria de novo (não me perguntes pq)


BjOO

A Magia da Noite disse...

para atingir um objectivo não tempos de caminhar sempre pelo mesmo trilho, por vezes usar um atalho revela-se mais promissor que seguir pela estrada principal.

sideny disse...

Graça


Venho desejar uma boa semana.

E deixar um beijinho

Nilson Barcelli disse...

Os Lusíadas, pelo pouco que aprendi, servem para falar de muitos assuntos para além da literatura.
E, pelo que percebi, aproveitaste alguns. E o orgulho, que tanto escasseia, é sempre bom falar nele...
Mas eu adorava dividir aqueles versos em orações... acho que tenho algo da camoniano nalguns poemas que escrevi... mas isso, saberás tu muito melhor... que eu, de analista poético, valho zero...
Querida Graça, desejo-te uma óptima semana.
Um beijo.

Paulo disse...

A piada d' Os Lusíadas é mesmo poder transpor para a actualidade alguns temas, alguns valores, e aposto que fazes isso como ninguém :). A tua lindinha percebeu e sorriu, e tu deves ter sorrido também, lindamente, porque és linda.

Um beijo magnífico, minha querida.

O teu Paulo.

RENATA CORDEIRO disse...

Maravilhoso! Daquele jeito um tanto gótico de que eu gosto tanto. Bravo!

Para Graça*

*TRISTÃO & ISOLDA

Noite

-E tenda após tenda


- Como poderia ela saber que debaixo de cada uma


a morte e um sonho eternamente unidos


como na água, a sombra e a luz,


e que entre os dois a fé opera o milagre?


Estava para nascer a verdade para nós gravada na parede etrusca


a espiral de treva soldada anel por anel.


A queda vertical pelo buraco do tecido,


imperador ou rei, dormido ou gasto.


Quem viu, quem atentou para a luz


(mesmo o anjo escureceu)


perfurada até o sonho?


"In hoc signo vinces."


Mas nela mesma só o temor crescente


entre as tendas afogadas em sono


por um, um ainda desconhecido,


ela tem de guardar o corpo chagado e sangrado


para além de qualquer cura possível.


Mas quando ela se viu só, lá dentro, com ele, e sozinha,


com o último, o intransponível abismo entre eles passado.


De joelhos, ela foi só boca pôr sobre a boca dele,


sede abrandada e saciada para além de todo o medo,


de toda reza, e do próprio desejo.


Oh, qual era então a medonha profundeza,


a altura dessa fatalidade, contra o ser dela


derramado até a plenitude para além do tempo e da tumba


- gastando e gasto -


até que ele foi arrancado contra a luz


sem ver cegado pela morte ainda indo de sombra em sombra,


mas nascido de novo na escuridão do ventre dela.


Tempestade ao amanhecer.


- Tumultuosas são as ondas e tumultuoso o trovão


Pois que o sejam no seu entrechoque.


Quanto a mim, no dia do conflito, eu sou Tristão.


A calmaria


-Vento sul, Frescas rosas, Buquês.


A grinalda cinge Sua dourada cabeça.


Boca beijada, Vermelha.


Na direção das medas de trigo,


Seus pés a levaram,


Ligeiros.


Vai atrás correndo.


Andorinha, andorinha,


O que buscas, o que achas?


Aridez apenas.


E as folhas secas


O vento carrega


De arrastão.


Tumultuoso entardecer


-Vento norte, Armaduras.


Sacia a sede e mata.


Sem cavaleiro as montarias


Se extraviam.


A cólera dos homens


Alimenta os corvos.


Rei coroado, bobo da corte,


Cova comum.


Oh corvo, corvo,


O que buscas, o que achas?


Escura sega


- A erva que a aragem sopra


Curva-se ao vento.


Divida de alma


- E das mãos dela bebi, Deus meu, A aurora...Sol poente


- Ó cabeleira em chamas


Premiada contra meus olhos


Presa nas minhas mãos.


Noite escura


Alvo corpo, e Puro,


Esmagado além da vista


E dos sentidos


Até que, Nua e cegante, A luz Inundou a colina.


Ah, Deus, a aurora.


Agora, na onda sombria


A lívida, O barco gelado voga


- Com um pálido brilho


De empréstimo.


A lua puxa as marés para o alto


Esvazia as mãos.


O coração está entorpecido


E ouve apenas


Um nome que o mar


Respira


Ah, Deus, na aurora*




Tristão e Isolda - Hannah Closs


Readaptado pela Renata

Beijosss
Bom Hoje!

Ponha este comentário no post acima, please, minha querida!

Branca disse...

Graça,

ùltimamente tenho sido a última a chegar, a fechar a porta, não por esquecimento, já passei, já olhei, mas só agora pude aprofundar.
Tenho andado um pouco limitada, já não aguento madrugadas e estou a recuperar de um cansaço grande, a medicação para tal também não me deixa aguentar muito.
Hoje esforcei-me mais um bocadinho para assistir a este orgulho de ser...
Este ensaio fez-me lembrar a minha aprendizagem dos Lusíadas, um pouco como a tua, mas não desgostei tanto assim, porque tive um professor que embora exigente nesses aspectos aproveitou a epopeia para desmistificar a História, que na altura era por demais romenceada e monótona, sem conhecimentos de causas e efeitos e dessa forma as aulas tornavam-se em algumas ocasiões divertidas.
Foi bom saber como consegues com os teus lindinhos uma prespectiva tão interessante da matéria.
Beijinhos
Fica bem.
Branca

Branca disse...

Adorei o Breve ensaio ardente.
Não comento, porque não mostraste essa vontade não abrindo os comentários, mas não posso deixar de dizer que é um belíssimo momento literário e não só...
Beijinhos, Graça.

aapayés disse...

Que hermoso siempre pasar por tu espacio.. descubrirlo.. es extraordinario lo que escribes.

Un beso.


Un abrazo
Saludos fraternos..

Maria Emília disse...

É mesmo Graça, um simples sorriso faz o mundo girar.
E sobre o ensaio ardente, costumo quedar-me à noite, à lareira, quando já todos se foram deitar e a casa fica em sossego. Não imagina as vezes que já vislumbrei corpos enlaçados consumindo-se em amor entre as chamas.
Hoje deixei um desafio que me pareceu engraçado no meu blog. Não sou muito dessas coisas, mas veio a propósito. Como não está a seguir o meu blog tenho receio que não o veja e gostava de a ouvir falar sobre o que proponho porque gosto muito de vir aqui a este espaço.
Um grande beijinho, Maria Emília

Ernesto disse...

Alguns chamam a isso "taradice"

Eu chamo AMOR

Amor intenso, explosivo e exckusivo

Beijo ardente para ti

Jorge Vieira Cardoso disse...

estremeci...não sei que guardei, ou perdi!?

as chamas de ontem, hoje poderão ser cinza, mas pergunto-me...será que vida não é isso mesmo?

importante é o tempo em que o sorriso é cristalino e rei, porque ao ler-te, não perdi, mas ganhei!!!


beijo esvoaçando pleno, para ti...imensamente terno...

São disse...

Breve ensaio aredente está totalmente condizente com a foto e concretizam um post muito bem conseguido.

Só não percebo porque tive que comentar aqui...

Um grande abraço

RENATA CORDEIRO disse...

Nada é definitivo mesmo! Amei e amo******************************
Para a Graça, inesquecível e inigualácea pessoa!

*VIA-LÁCTEA

Quando adivinha que vou vê-la, e à escada
Ouve-me a voz e o meu andar conhece,
Fica pálida, assusta-se, estremece,
E não sei por que foge envergonhada.

Volta depois. À porta, alvoroçada,
Sorrindo, em fogo as faces, aparece:
E talvez entendendo a muda prece
De meus olhos, adianta-se apressada.

Corre, delira, multiplica os passos;
E o chão, sob os seus passos murmurando,
Segue-a de um hino, de rumor de festa…

E ah! que desejo de a tomar nos braços,
O movimento rápido sustando
Das duas asas que a paixão lhe empresta.

Olavo Bilac - XXXIV*

Teadoro!
Aquele abraço + Beijos*************************
Bom hoje sempre!
Renata

Everson Russo disse...

Minha amiga,,,como são bons e inspiradores esse dias cinzas....beijos de um belo dia pra ti.

Gil Moura disse...

Querida amiga

Nesta nobre arte do Teatro, está a essência de cada ser humano, em cada personagem que nele é representado.

Beijinhos

Gil

Laurita disse...

Olá querida Graça, é isso mesmo nada é eterno. Eu cresci a ouvir essa frase. Quanto ao ensaio ardente eu diria que é um ensaio de amor, ardente, com orgulho e muito bem ensaiado. És única amiga. Esses alunos nem sabem(ou até saibam) a sorte que têm em ter alguém que se dedica a eles de alma e coração. Obrigada pela visita e por seres quem és. Beijos muitos também para os lindinhos

RENATA CORDEIRO disse...

*O SORRISO

Creio que foi o sorriso quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz lá dentro,
apetecia entrar nele, tirar a roupa, ficar nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.

Eugénio de Andrade*

Beijos e aquele Sorriso********
Renata

maresia disse...

Graça querida!
Que lindas coisas escreves
Ainda gostava de ver os teu lindinhos no palco...qualquer palco!
Bgda por te preocupares comigo
a peça é dificil de encontrar...só na RTP se calhar!
Bom, vá se faz favor no meu blog e leia como deve votar no meu filhotito, ok?
Rsrs
besito doce gracita linda

Anderson Fabiano disse...

se a vida é uma sequencia interminável de surpresas, porque não estarmos prontos para a próxima esquina?
meu carinho,
anderson fabiano

RENATA CORDEIRO disse...

Pra vc que me sabe tão bem!

*Sabe tão bem...
Quando o silêncio da noite vem a cair
Haver nos olhos o brilho da felicidade
Haver alguém a nosso lado para amar.

Sabe tão bem...
Fazer Amor e aninhado ficar a sonhar
Que voamos sobre as luzes da cidade
Tendo o céu para desvendar e colorir.

Sabe tão bem...
Puxar os lençóis para sentir outro calor
Mover o corpo no sentido de encontrar
O apelo do desejo que o sono engana.

Sabe tão bem...
Deixar correr o pensamento que emana
E nesse momento saber onde procurar
Tudo o que é preciso para viver o Amor.

Sabe tão bem...
Adormecer com uma esperança já definida
No sorriso que em nossa boca aflora o dia
Ciente que o amanhã virá com a verdade.

Sabe tão bem...
Por fim haver a força que faz da realidade
Uma passagem para ir feliz na companhia
De tudo o que sabe tão bem em nossa vida.

F. Corte Real*

Beijos Graça. Eu amo você !

Mesmo moidinha, cá venho*
Renata

Luis Ferreira disse...

Gostei muito de ler este teu texto e de ler os outros que apresentas... Qualidade inequívoca.

Estás de parabéns

Um beijinho
Luis

sideny disse...

Ola Gra;a

Venho deixar um beijinho.

E desejar um bom fim de semana.

rosa-branca disse...

Olá amiga Graça, passei para desejar um fim de semana com ensaios reduzidos. Beijos

Gil Moura disse...

Querida Graça

Passei aqui, para te desejar um excelente fim de semana!

Beijinhos

Gil

Braulio Pereira disse...

querida Graça

obrigado pelo teu carinho

estás sempre no meu coraçâo

beijos !! !!

Branca disse...

Graça,

Depois de ter passado por todos os teus belos ensaios, volto a esta caixa de comentários para te deixar um beijo de amizade.
Branca

Nilson Barcelli disse...

Do teu "Ensaio sobre o Teatrices...":
Percebo as tuas razões.
Já me apeteceu fazer o mesmo. Mas vou conseguindo conciliar o quase inconciliável...
Quando comecei a ler até pensei que ias começar a publicar o que deves ter na gaveta...
Querida Graça, tudo de bom para ti.
Aparece quando puderes e/ou te der a saudade.
Eu espero...
Um beijo.

RENATA CORDEIRO disse...

AMOR BANDIDO

Edu Lobo/Chico Buarque

Mesmo que os cantores sejam falsos como eu

Serão bonitas, não importa

São bonitas as canções

Mesmo miseráveis os poetas

Os seus versos serão bons

Mesmo porque as notas eram surdas

Quando um deus sonso e ladrão

Fez das tripas a primeira lira

Que animou todos os sons

E daí nasceram as baladas

E os arroubos de bandidos como eu

Cantando assim:

Você nasceu para mim

Você nasceu para mim

Mesmo que você feche os ouvidos

E as janelas do vestido

Minha musa vai cair em tentação

Mesmo porque estou falando grego

Com sua imaginação

Mesmo que você fuja de mim

Por labirintos e alçapões

Saiba que os poetas como os cegos

Podem ver na escuridão

E eis que, menos sábios do que antes

Os seus lábios ofegantes

Hão de se entregar assim:

Me leve até o fim

Me leve até o fim

Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso

São bonitas, não importa

São bonitas as canções

Mesmo sendo errados os amantes

Seus amores serão bons



Título original: Choro Bandido/Mudado pela Renata*

Muito obrigada, minha grande amiga!
Beijos
Boa Semana!
Renata

Gil Moura disse...

Olá, Graça!

Passei por aqui, para te desejar uma excelente semana!

Beijinhos

Gil

mixtu disse...

deixa os comentarios abertos... não es obrigada a retribuir...
abrazo serrano

RENATA CORDEIRO disse...

Oi, Graça*

Vou contar-lhe uma novidade!!!!
A gripe se apaixonou por mim* Grudou de novo* Fixação!

*****


Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do Sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá.
Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá.
Pelas tranças da mãe-d'água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá.
Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá !
Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá !
Pelas florestas imensas
Que falam de Jeová !
Pela lança ensangüentado
Da flor do maracujá !
Por tudo que o céu revela !
Por tudo que a terra dá
Eu te juro que minh'alma
De tua alma escrava está !!..
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá !
Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em - a -
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!

A Flor do Maracujá

Fagundes Varela*

+ Beijos
Renata*

O Blog azul está aberto para comentários************************
O seu Bom Dia válido para sempre*
Não precisa ir, ok? Era só pra avisar que eu vou ter + 1 *nervites*

Anónimo disse...

MINHA QUERIDA GRAÇA,

Começo por pedir desculpa pela minha ausência... mas, foram dias
extremamente dificieis para mim e sempre com os nervos à flor da pele.

Aqui estou novamente para visitar,ler e deliciar-me com a tua belissima criatividade.

Beijinhos.

Maria Valadas

RENATA CORDEIRO disse...

Também sei. Neste palco onde sempre há um verdadeiro espetáculo*

****

Clara como a luz do sol
Clareira luminosa
Nessa escuridão
Bela como a luz da lua
Estrela do oriente
Nesses mares do sul
Clareira azul no céu
Na paisagem
Será magia, miragem, milagre
Será mistério...
Prateando horizontes
Brilham rios, fontes
Numa cascata de luz
No espelho dessas águas
Vejo a face luminosa do amor
As ondas vão e vem
E vão e são como o tempo...
Luz do divinal querer
Seria uma sereia
Ou seria só
Delírio tropical, fantasia
Ou será, um sonho de criança
Sob o sol da manhã...

***
Beijos, Graça*

Bom Hoje*************************

Pensador disse...

Lindo lugar, este, Graça...
Já conheci um lugar assim. Também dentro de mim. Mas algumas vezes parece que faz tanto tempo que não o visito que esqueci o caminho...
Uma pena seus novos posts não permitirem comentários...
Beijos!

RENATA CORDEIRO disse...

*E por falar em saudade onde anda você?

Onde andam seus olhos que a gente não vê

Onde anda esse corpo

Que me deixou louco de tanto prazer

E por falar em beleza onde anda a canção

Que se ouvia na noite dos bares de então

Onde a gente ficava, onde a gente se amava

Em total solidão

Hoje eu saio da noite vazia

Numa boemia sem razão de ser

Na rotina dos bares que apesar dos pesares

Me trazem você

E por falar em paixão, em razão de viver,

Você bem que podia me aparecer

Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares

Onde anda você?*


Graça amiga*
Beijos********

Paulo disse...

Querida, aquele teu intervalo é qualquer coisa de lindo!!

Abre os comentários :(.


Um magnífico beijo, em ti, do teu Paulo.


PJB

sideny disse...

Linda aquela foto la de cima.

Bom fim de semana.

beijinhos

Gil Moura disse...

Querida Graça

Na quietude das pedras, erguem-se gritos vibrantes, que saem de dentro de nós, num harmónico e uníssono sentir, que se manifesta nas nossas emoções.

Gostei muito!

Beijinhos e bom fim de semana!

Gil

Nilson Barcelli disse...

"Sei de um lugar onde se acendem palavras de harmonia, simbolicamente esgotadas, na tempestade que se inventa em intervalos de nada."

Espero que encontres e preserves esse lugar.

Querida Graça, bom fim de semana.
Um beijo.

Anónimo disse...

Minha querida,

Um prazer reler as tuas teatrices... e o imenso orgulho que tenho em ti.

Mas neste dia, venho oferecer- te uma flor como simbolo da nossa amizade.

Beijinhos.

Maria